O trânsito no Centro ficou um caos por causa do protesto. A Rua Primeiro de Março foi interditada por volta das 11h30 e os motoristas também ficaram impedidos de passar na Rua da Assembleia e na Avenida Presidente Antônio Carlos. Às 17h, ainda havia congestionamento em diversos pontos da região, como nas avenidas Almirante Barroso, Beira-Mar, Passos e Presidente Vargas, e também na Praça Tiradentes.
Por causa da confusão, o funcionamento do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) foi alterado nesta quarta: os trens só operaram no trecho entre Rodoviária e Parada dos Museus. Já o MetrôRio informou que o acesso da estação da Carioca, na Avenida Rio Branco, foi fechado algumas vezes por medidas de segurança. Mas a concessionária destacou que a estação está aberta normalmente.
Ainda nesta tarde, um ônibus foi incendiado entre a Rua da Assembleia e a Avenida Rio Branco. Houve muita correria no local. Segundo relatos, os bombeiros demoraram a chegar na via. Até o momento, não há informações sobre feridos no local.
Mais cedo, por volta das 14h10, cerca de 15 manifestantes usaram cordas para tentar derrubar a barreira de isolamento colocada no entorno da Alerj. Houve tumulto e a polícia dispersou os servidores com tiros de bala de borracha. Muitas pessoas estão gritando por Justiça neste momento de votação do pacote de austeridade do Rio.
Ao todo, 500 homens da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança, além de agentes da Guarda Municipal, reforçam a segurança na região e ruas próximas.
Privatização da Cedae
Na retomada dos trabalhos, a intenção do presidente da Alerj, Jorge Picciani, é discutir, na próxima terça-feira, a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e a autorização de empréstimo de R$ 2,5 bilhões para o estado. O estado do Rio de Janeiro assinou com o governo federal um termo de compromisso para receber socorro financeiro da União.
Para sanar um déficit que deve chegar a R$ 26,132 bilhões em 2017, o estado vai receber o aval do governo federal para tomar dois empréstimos de cerca de R$ 6,5 bilhões, tendo como garantias a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e uma antecipação de receitas deroyalties do petróleo.
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O acordo vale inicialmente por três anos, até 2019, podendo ser renovado. Com a obrigação de cumprir uma série de contrapartidas de corte de gastos e aumento de receitas, o governo estadual terá, primeiramente, que aprovar as medidas que já tramitam na Alerj para que elas sejam executadas.
No protesto, servidora é o retrato da crise
Entre os manifestantes que foram expulsos do protesto na Alerj pelas bombas de gás, está uma servidora da Secretaria de Saúde que é o retrato da crise no estado. Sem o salário todo de dezembro nem perspectivas de receber o de janeiro e o 13º, a assistente social Ana Lúcia da Silva, de 48 anos, teve a bolsa como os documentos roubada em Laranjeiras há dez dias. Ao procurar a delegacia, ela não pode fazer o registro por causa da greve dos policiais. Sem esse comprovante, não consegue tirar gratuitamente os novos documentos no Detran. “Sem salário, querem que eu pague pela segunda via.”
*Com informações da Agência Brasil