Por bianca.lobianco
Rio - Ganhou mais um capítulo a polêmica envolvendo taxistas e motoristas de veículos particulares que realizam transporte remunerado de passageiros: agora, aplicativos de celular decidiram oferecer os dois tipo de serviço na mesma plataforma. A medida aumenta a oferta de carros, mas expõe passageiros ao risco de fraudes e de outros crimes.
Já teve usuário que pediu um táxi amarelinho e%2C na hora%2C viu um carro convencional. Plataforma diz que troca se dá pela ofertaMarcio Mercante / AG. ODIA

Com um clique, é possível chamar um táxi ou um carro convencional. Mas a novidade, oferecida pela Easy, tem causado confusão. “Chamei um táxi e, para minha surpresa, chegou um motorista particular. Questionei o serviço e fui informada de que na falta de um táxi o aplicativo joga um carro comum. Na dúvida, decidi não viajar no carro”, questionou uma passageira que não quis se identificar.

A plataforma Easy Go foi criada para oferecer aos passageiros serviço de transporte com carros particulares. Um motorista do aplicativo defende a ideia: “Quando o cliente solicita, ele é comunicado sobre qual modelo de carro e o tipo de serviço que está sendo contratado.”

O serviço surge como mais uma opção para os cariocas que abriram mão de usar os ‘amarelinhos’. Passageiros também podem acionar carros convencionais através dos aplicativos Uber e Cabify.

VULNERABILIDADE

No entanto, a segurança das viagens e a transparência no trajeto a preocupam. O estudante Bruno Sznejder, 26, quase foi vítima de fraude. Ao embarcar num Uber, ele ficou assustado ao perceber que o motorista não era o da foto. O condutor tentou justificar. “Ele me falou que o dono do veículo passou mal. Recusei a corrida”, comentou.

Bruno e a namorada%2C Sthefane%2C pediram um Uber cujo motorista não era o informado no appMarcio Mercante / AG. ODIA

A vulnerabilidade dos passageiros também foi alvo de reclamação. O advogado André Brum, 39, utilizou ontem o aplicativo Uber pela primeira vez. Acompanhado da namorada, ele embarcou no Centro, com destino à Praça Mauá. O casal mora em Petrópolis. “É preciso pensar na segurança dos passageiros e na transparência para evitar fraudes”, comentou.

A Uber explicou que em caso de incompatibilidade com os dados do motorista ou do veículo que aparecem no aplicativo, a orientação é que o usuário não embarque e comunique o ocorrido.

De Petrópolis%2C André e Ana pegaram um Uber pela primeira vez e destacaram as medidas de segurançaMarcio Mercante / AG. ODIA

Vice-prefeito e secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell anunciou que a prefeitura pretende regulamentar os aplicativos. Ainda não há prazo.

Briga parada na Justiça

Em novembro, a Câmara dos Vereadores do Rio aprovou um projeto de lei que proíbe o transporte remunerado de passageiros em carros particulares através de aplicativos. O projeto foi sancionado pelo então prefeito Eduardo Paes. No entanto, o serviço é oferecido pelos aplicativos devido a uma decisão liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Rio. Em abril do ano passado, uma decisão da juíza Ana Cecilia Argueso Gomes de Almeida, da 6ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro, julgou procedente ação ajuizada pela Uber e garantiu que todos os motoristas do aplicativo pudessem continuar prestando seus serviços na cidade. O caso continua tramitando na Justiça. 

O que precisa para dirigir para a Uber

A Uber comentou, em nota, que para se cadastrar como motorista na plataforma é preciso ter carteira de habilitação com licença para exercer atividade remunerada; apresentar documento emitido por órgãos de segurança com a checagem de antecedentes criminais; ter um veículo produzido a partir de 2008; contratar um seguro que cobre motoristas e usuários em cada viagem, em caso de acidentes, e estar com as taxas do veículo (IPVA e DPVAT) em dia.


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