Por clarissa.sardenberg
Rio - Um torcedor do Fluminense foi agredido com golpes de barra de ferro e pedaços de madeira, na cabeça, na noite deste domingo, no momento em que voltava do jogo contra a Portuguesa, nas imediações do Maracanã, na Zona Norte do Rio. Pedro Lucas Scudieri, de 23 anos, está internado em estado grave, mas estável, após cirurgia no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital do Amparo, no Rio Comprido. Ele sofreu traumatismo carniano. O jovem é estudante da Univerdidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante da torcida organizada Bravo 52, conhecida por ser pacífica. Segundo testemunhas, os golpes desferidos contra ele foram apenas na cabeça. 
Torcedor do Flu foi agredido com golpes na cabeça WhatsApp O DIA (98762-8248)

"Foi uma monstruosidade. Sou pai de um dos jovens que é amigo dele. Ele era como um filho para mim", desabafou Sérgio*, de 58 anos, que deu carona para o rapaz após a saída do jogo e voltou para socorrê-lo. "Ele não estava com camisa do Fluminense. Ele usava uma blusa escrito Flufest e tinha nas mãos uma sacola contendo uma faixa com a inscrição 'Bravo'", contou ele.  

"Estava com 'Scudi' até dois minutos antes do ocorrido. Tinha acabado de deixá-lo na Rua Eurico Rabelo e ele estava indo para o ponto de onibus na São Francisco Xavier. Quando vi quatro indivíduos sem camisa, com uma barra de ferro e pedaços de madeira na mão, se aproximando em um ponto da rua, tentei ligar para ele, mas não conseguia. Foram umas oito ligações", contou ele.

Quando finalmente conseguiu contato, Sérgio ouviu um desconhecido dizer: "Teu amigo está todo quebrado aqui." Ao retornar do caminho que fazia, ele encontrou o jovem desacordado em uma poça de sangue. Testemunhas contaram que mesmo já caído no chão, Scudieri continuou a levar golpes e chutes na cabeça. "Uma senhora me contou que ele pedia para, por favor, pararem de bater na cabeça dele", disse o amigo.
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O crime ocorreu por volta de meia noite desta segunda, em frente ao Hospital Badim, na Rua São Francisco Xavier. Os autores da agressão ainda não foram identificados, mas amigos acreditam que sejam membros de outras torcidas. "Com certeza foi algum torcedor de alguma facção, porque só levaram a sacola onde estava a faixa da torcida Bravo, não levaram nenhum documento dele", afirmou Sérgio, que conseguiu guardar um pedaço de madeira abandonado pelos agressores na cena do crime.
"Estou arrasado, tenho um filho da idade dele. Tenho meu trabalho, mas quando tem jogo do Fluminense largo tudo. Quer dizer, largava, agora é família. A gente sempre ouve 'Ah, não vai', mas pensa que com a gente não vai acontecer, uma torcida tranquila, que não arruma tumulto", desabafou ele.
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Foi feito registro de ocorrência na Polícia Militar (PM), segundo o amigo. Inicialmente, a PM informou que não havia informações sobre o caso.

O presidente do clube, Pedro Abad, soube do ocorrido na madrugada desta segunda e enviou uma equipe médica da casa para dar apoio ao torcedor, segundo o Fluminense.