Pela segunda vez, Eike fica calado em depoimento na PF
Ele permaneceu quase seis horas na Superintendência da Polícia Federal nesta quarta-feira. Advogado voltou a descartar delação premiada
Por gabriela.mattos
Rio - Pela segunda vez desde que foi preso, no dia 30 de janeiro, o empresário Eike Batista manteve-se calado em depoimento à Polícia Federal. Ele permaneceu quase seis horas, das 9h20 às 15h10 desta quarta-feira, na Superintendência da PF no Rio. Na saída, seu advogado, Fernando Martins, disse que, seguindo sua orientação, ele não deu declarações. Martins voltou a descartar delação premiada de Eike.
"Ele está confiando na Justiça", afirmou o advogado. Eike foi indiciado pela PF pelo crime de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa. Ele está preso em decorrência da Operação Eficiência. No depoimento no dia 31, o empresário já havia ficado calado.
O advogado o orientou a só falar em juízo. Nas duas ocasiões, o delegado fez todas as perguntas devidas ao depoente, e ele não as respondeu. O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), seu irmão, Mauricio Cabral, e sua ex-mulher, Susana Neves Cabral, além de outras nove pessoas também foram indiciadas pela Eficiência. Cabral, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa. O ex-governador já havia sido indiciado em dezembro em inquérito da Operação Calicute. Eike é suspeito de ter pago US$ 16,5 milhões em propina ao esquema liderado por Cabral para ter benefícios em seus negócios.
Os demais indiciados são: Wilson Carlos Carvalho; Carlos Emanuel Miranda; Luiz Carlos Bezerra; Sérgio de Castro Oliveira; Álvaro Novis; Thiago de Aragão Pereira e Silva; Francisco de Assis Neto e Flavio Godinho. Também estiveram na PF para prestar depoimento os acusados Hudson Braga, preso na Operação Calicute, que levou à cadeia o ex-governador, em novembro de 2016, Álvaro Novis, Ary Ferreira Filho, Francisco de Assis e Flávio Godinho - estes, presos posteriormente. O advogado de Ary Ferreira Filho, Michel Assef, disse que, depois de nove dias preso em Bangu, o estado de Eike é "bom". O empresário chegou e deixou o prédio da PF na traseira do camburão da PF.