Por clarissa.sardenberg
Rio - Um ato de servidores estaduais terminou em confronto e tumulto em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio, na tarde desta quinta-feira. Eles estavam desde cedo no local para protestar contra o projeto de privatização da Cedae. Policiais e bombeiros também participaram do movimento para pedir melhores condições de trabalho e pagamento dos salários atrasados. Segundo relatos, PMs usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. 
Em nota, a polícia informou que um "grupo de mascarados" atirou pedras, rojões e coquetéis molotov contra as equipes de segurança no entorno da Alerj. A corporação destacou que seis PMs foram feridos e levados para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM). Um homem foi preso por jogar pedras nos policiais. 
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"A Polícia Militar apreendeu grande quantidade de rojões com manifestantes. Também foram incendiadas duas agências bancárias em ruas próximas ao Palácio Tiradentes", completou.  
Bombeiro segura escudo da PM no CentroWhatsApp O DIA (98762-8248)

Houve muita correria e os manifestantes colocaram barricadas em vias próximas da Alerj, por volta das 15 horas. Um grupo chegou a incendiar uma agência bancária. Por segurança, um dos acessos da estação da Carioca foi parcialmente interditado e o funcionamento do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) também foi interrompido.

Outro confronto mais violento aconteceu volta das 17 horas, quando ocorreu um dos momentos mais tensos do dia: um homem carregando uma cangalha com fogos de artifício disparou os rojões em direção às tropas de segurança.

Houve confronto entre policiais e manifestantes durante ato nesta quinta-feiraEstefan Radovicz / Agência O Dia

O Centro de Operações Rio informou que algumas vias precisaram ser fechadas, como a Rua Primeiro de Março, a Avenida Rio Branco e a pista lateral da Avenida Presidente Vargas. Os motoristas encontram retenção e congestionamento na região do Centro. Agentes da Força Nacional e do Batalhão de Choque (BPChq) estão no local para reforçar o policiamento.

Durante o protesto, a PM chegou a ser "provocada" pelos servidores, já que mutios deles também são da Segurança. "Sargento, vem com a gente. Larga a viatura e vem com a gente na manifestação. É nossa! Estamos todos juntos na luta!", gritavam os participantes.

Faixas contra Cabral e Eike

Além de se posicionarem contra a privatização da Cedae e o governo de Luiz Fernando Pezão, os servidores levaram cartazes contra o ex-governador Sérgio Cabral e o empresário Eike Batista, que foram presos durante investigações da Operação Lava Jato e estão no Complexo Penitenciário de Bangu.

Em uma das faixas dizia "Fala, Eike, fala! O Rio agradece", em alusão ao empresário ter ficado em silêncio em dois depoimentos na Polícia Federal. Já em outros três cartazes, Cabral, Pezão, Eike e o ex-deputado federal Eduardo Cunha aparecem "atrás das grades". 

Faixa em protesto na Alerj pede pode delação do empresário Eike Batista Estefan Radovicz / Agência O Dia