Por gabriela.mattos
Lucas foi preso suspeito de participar da execução de uma família em São GonçaloEstefan Radovicz / Agência O Dia

Rio - Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) prenderam um dos irmãos gêmeos suspeitos de participar da execução de uma família, em São Gonçalo. Lucas Resende Khalil, de 23 anos, foi encontrado em casa, na manhã desta quinta-feira, em Saquarema. Ele é sobrinho de Soraya Gonçalves Resende, executada dentro de casa com o marido, Wagner Salgado, e a filha de 9 anos, Geovanna Resende, no dia 17.

O irmão de Lucas, Matheus Resende Khalil, também foi detido e levado para a delegacia junto com seu pai na manhã desta quinta-feira. Em depoimento, Matheus confessou o crime e contou que sua mãe, Simone Gonçalves de Resende, está envolvida no caso.

Matheus disse também que um menor de idade, de 15 anos, também participou do assassinato. Até o momento, a polícia ainda não havia expedido o mandado de prisão de Matheus.

Segundo a polícia%2C Matheus Khalil confessou o crimeEstefan Radovicz / Agência O Dia

De acordo com a DHNSG, os jovens não têm passagens pela polícia, mas Simone já foi detida por ameaça e constrangimento ilegal. O mandado de prisão da suspeita também deve ser emitido nesta quinta-feira.

Durante a perícia, os agentes encontraram dentes no apartamento onde aconteceu o crime. Segundo a polícia, os dentes foram deixados como um ritual de magia. As investigações apontam que Simone era praticante dessa modalidade e os dentes significam posse.

Família inteira foi executada a tiros dentro de casa em São Gonçalo Reprodução Facebook

A polícia investiga se a morte tem ligação com uma briga judicial envolvendo o inventário do pai de Soraya e de Simone. A herança seria no valor de R$ 7 milhões. O processo, que tramita na 6ª Vara Cível de São Gonçalo, se arrasta há 20 anos.

Segundo a polícia, Lucas tentou se desfazer da arma do crime. A Justiça já concedeu mandado de busca e apreensão em quatro endereços. Em um deles, em Rio das Ostras, foi encontrado um revólver calibre 38.

Comissão para investigar violência contra advogados

A Ordem de Advogados do Brasil (OAB) anunciou que criou uma comissão para investigar os casos de violência contra advogados. Wagner era diretor da entidade. De acordo com Luiz Azenha, presidente da comissão da OAB, autoridades e advogados que forem ameaçados serão chamados para participar de audiências públicas no plenário, no Centro do Rio.

Azenha contou ao DIA que já foi procurado nesta semana por 13 advogados, sendo cinco mulheres, que receberam ameaças. "A comissão tem apoio da Polícia Civil. Todo crime envolvendo advogados, as delegacias vão comunicar à OAB. Uma dessas advogadas que fez a denúncia quer sair do país porque foi ameaçada pela milícia. Ela será ouvida e deve marcar audiência para abril", explicou.

Ele destacou também que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também participará desse trabalho.

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