Rio - Um explosão deixou seis feridos em um condomínio, na Estrada do Dendê, 2.030, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, por volta das 8h20 desta sexta-feira. Entre as vítimas estão três pessoas de uma mesma família, como um menino de 11 anos. Além disso, dois bebês inalaram fumaça e um homem que fazia um conserto no sofá também foi atingido. Já um cachorro da família morreu.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os três feridos e os bebês foram levados para o Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG) e o funcionário, Daniel Silva de Castro, de 19 anos, para o Hospital Municipal Evandro Freire. A corporação disse que eles tiveram queimaduras de 2º e 3º grau, mas não estão em estado grave.
Em nota o HFAG informou que o homem teve 70% do corpo queimado e está estável, respirando sem auxílio de aparelhos. A mulher está com 50% do corpo queimado e respira normalmente. Já a criança está com 35% de queimaduras pelo corpo e respira normalmente.
Até o momento, não há informações sobre a causa da explosão, que desencadeou um incêndio no Condomínio Almirante Alves Câmara.
Ao todo, foram seis apartamentos atingidos e 12 interditados, sendo um totalmente destruído. Por volta de meio-dia, apenas o local onde começou o incêndio continuou fechado para a perícia e o restante do prédio fi liberado. Segundo o Corpo de Bombeiros, o gás é encanado no local.
A explosão ocorreu no apartamento 103 do bloco 4 e depois o fogo se alastrou rapidamente até o terceiro piso, último andar do prédio. Juliana Barbosa, de 28 anos, contou que só entendeu o que estava acontecendo quando viu um vizinho com o extintor na mão.
"Estava deitada ouvindo música com o celular e senti o impacto. Quando cheguei na sala, a minha porta tinha cedido. Tremeu tudo dentro de casa, desesperador. Corri para tentar me proteger, mas fiquei desesperada porque tinha perdido minha irmã de vista", lembra a moradora. Ela disse ainda que houve gritaria no momento do acidente. "Muitas crianças pediram socorro e os próprios vizinhos tentavam ajudar. Foi horrível, gosto nem de lembrar da cena", reforçou Juliana.
O síndico do prédio, Nivaldo Rodrigues, afirmou que os moradores poderão retornar assim que a perícia terminar. "O prédio continua interditado. A Defesa Civil disse que o local teria que passar também por uma perícia da Polícia Civil, mas não sabem por causa do pós-Carnaval", completou.
Mulher do síndico, Marilene Nunes, de 60 anos, ressaltou que a família era nova no condomínio e havia se mudado há dois meses. "Só ouvi uma criança pedindo socorro. Assim que ocorreu a explosão, o pai e a mãe correram com os filhos para fora do apartamento. Já o funcionário foi jogado para longe, mas depois conseguiu sair", acrescentou.
O militar Marcelo Barreto, também morador do prédio, afirmou que foi um vazamento de gás. "Foi no apartamento 103. Escutei o barulho e corri para tentar ajudar as vítimas. Foi assustador", destacou. Já o vizinho do apartamento que explodiu, Kennedy Falqueto, de 34 anos, contou que o funcionário que ia fazer o conserto no sofá entrou com um botijão de gás no prédio.
A explosão também pode ser sentida em outros pontos da avenida. O professor Luiz Fernando Martins, de 58 anos, disse que sentiu o tremor. "Moro a um quarteirão daqui e meu prédio tremeu com a explosão. Foi horrível", recorda-se.
De acordo com informações da 37ª DP (Ilha do Governador), foi instaurado um procedimento para apurar o caso. Segundo a Polícia Civil, peritos da engenharia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli estão seguindo para o local.
Em nota, a CEG informou que esteve no local a pedido do síndico e detectou que o fornecimento de gás já estava interrompido. "Todas as medidas de segurança — aplicadas em casos de incêndio — já haviam sido tomadas pelo próprio Corpo de Bombeiros. Até o momento, a Ceg não identificou relação do acidente com o fornecimento de gás natural", completou.