Rio - Após os recentes casos de violência contra seus motoristas, o Uber vai começar a cobrar mais informações dos usuários para aumentar a segurança dos condutores. O aplicativo exigirá que os passageiros informem CPF e outros dados pessoais no momento da solicitação de viagens com pagamento em dinheiro. A medida será implementada no Rio de Janeiro a partir das próximas semanas. Em São Paulo, a mudança já começou a acontecer no fim do mês passado.
Embora não divulgue os números de ocorrências, a empresa reconhece que os casos de violência nos quais os condutores são vítimas aumentaram. Segundo o Uber, o Brasil foi o único país onde esse problema ocorreu depois que começou a aceitar dinheiro como forma de pagamento. No entanto, segundo o aplicativo, em nenhum crime ficou comprovado que a ação tenha participação de usuários que solicitaram as viagens.
Em um primeiro momento, apenas os passageiros novos ou que não registram histórico de pagamento de viagens em dinheiro, e que não tenham um cartão de crédito registrado, terão de informar o CPF e outros dados. Futuramente, a medida poderá ser ampliada para todos, inclusive os usuários de cartão de crédito.
A companhia não pretende deixar de aceitar pagamento em dinheiro, porque informa que essa modalidade já é utilizada em 60% das viagens originadas em áreas de periferia, onde há pouca oferta de transporte público e os índices de violência são maiores. No Centro e na Zona Sul da cidade, a taxa de pagamentos em dinheiro é de apenas 20%. Últimos balanços divulgados pela empresa dão conta de que há nove milhões de usuários no Brasil e cerca de quatro milhões no Rio de Janeiro.
Na semana passada, o motorista Jussan Rodrigues da Costa Alves Lima, de 28 anos, foi vítima da violência urbana contra os condutores do aplicativo no Rio. Dois homens armados que estavam em uma moto esperaram um passageiro descer do carro, no Andaraí, na manhã de quinta-feira, e mataram Jussan a tiros em uma tentativa de assalto. Os criminosos fugiram sem levar o automóvel.
Na madrugada de 6 de fevereiro, Carlos Henrique Gonçalves Filho foi assaltado quando chegava para buscar um casal de passageiros no Maracanã. Quando ele descia do carro para se render, foi atingido por um tiro no peito. Os bandidos fugiram levando o carro e um celular.