Por thiago.antunes

Rio - Após a suspeita, ainda não confirmada, de que macacos tenham morrido de febre amarela na zona rural de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, a Vigilância em Saúde do município decidiu ampliar a vacinação contra a doença na área central da cidade a partir de hoje.

Mais uma unidade, além da sede da Secretaria municipal de Saúde, vai disponibilizar doses da vacina. A expectativa é distribuir 150 senhas por dia, mas apenas pessoas que comprovarem viagens para áreas de risco devem ser imunizadas. O município mantém o bloqueio vacinal contra a febre amarela aos moradores dos distritos que possuam áreas de Mata Atlântica.

Ainda de acordo com a Vigilância em Saúde, os materiais de três primatas encontrados mortos em estado de decomposição, em Rio Preto, foram considerados impróprios para confirmação da febre amarela, devido ao avançado estado de decomposição. Os resultados dos outros materiais ainda são aguardados.

Hoje e amanhã 40 enfermeiros e técnicos de enfermagem vacinadores da rede municipal passarão por capacitação na Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia. Os médicos também serão capacitados posteriormente.

“Por enquanto, não vamos mudar a estratégia, principalmente nos bloqueios, porque ainda não há comprovação de febre amarela no município. Mas estamos atentos e nos precavendo para o que pode acontecer ou não”, comentou a diretora de Vigilância em Saúde, Andréya Moreira. Segundo ela, “mesmo que os resultados das análises dos primatas sejam negativos para febre amarela”, ainda assim a vacinação continuará. “Estamos nos armando”, disse.

O surto de febre amarela tem provocado uma grave ameaça a primatas da Mata Atlântica, inclusive a espécies ameaçadas de extinção. O alerta é do Ministério do Meio Ambiente, com objetivo de reforçar a preservação dessas espécies e evitar maus-tratos e violência provocados pela ação do homem em áreas onde há casos suspeitos da doença.

Em Campos, o comandante da Guarda Ambiental, Sávio Tatagiba, também alertou: “Não se mata nenhum animal silvestre porque é um crime ambiental. Os macacos são tão vítimas da febre amarela quanto nós. Se aparecerem mortos, e se a causa for realmente a doença, representa um sinal de que a população precisa ser vacinada. Ninguém precisa ficar em pânico”.

Caçar, perseguir, matar e vender qualquer animal silvestre é crime e pode acarretar em prisão de seis meses a um ano, além de multa no valor entre R$ 500 e R$ 5 mil. Denúncias podem ser feitas pela Linha Verde do Ibama: 0800-61-8080 e linhaverde.sede@ibama.gov.br).

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