Rio - É tão difícil tomarmos a iniciativa de ir ao encontro de alguém que está afastado da gente! Só que as inimizades não edificam ninguém. O Evangelho deste domingo narra Jesus puxando conversa com uma samaritana. Ora, judeus e samaritanos eram inimigos há anos e não se falavam! O Senhor poderia continuar com a rixa. Ele até não estaria errado, porque, aos olhos de todos, não precisava falar com ela. Mas Ele sabia que poderia ir além... Por isso, deu o passo, causando surpresa:
“A samaritana disse então a Jesus: ‘Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva’”. (Jo 4, 9-10)
O Senhor usou de humildade para se aproximar da mulher: pediu algo a ela, iniciando um diálogo. Mas, como ela estranhou, Ele decidiu contar que, se ela quisesse, era a pessoa que lhe daria “água viva”. Um precisava do outro, naquele momento, ainda que pudesse parecer que não!
Tantas vezes, alguém precisa de nós, e desculpas nos afastam... Sequer damos início a um diálogo... Que pessoa nos tornaríamos se decidíssemos nos afastar de todos que pensam e agem diferente? Se sempre desistíssemos de quem considerássemos “difícil’? Que aprendizado teríamos? E se fôssemos nós os considerados “difíceis”?
A Quaresma é propícia para a reconciliação. Com Deus e com os irmãos. Ir ao encontro de alguém que, por mágoa, se afastou é boa prática de caridade.