Por karilayn.areias

Rio - "Não tenho medo de insinuação de delator", afirmou Jorge Picciani (PMDB) em pronunciamento na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) , na tarde desta quinta-feira. O presidente da Casa negou ter atuado de forma irregular, conforme teria dito Jonas Lopes em delação premiada ao Ministério Público Federal.

A delação do ex-presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado) foi o principal pilar que desencadeou a operação "O Quinto do Ouro" que levou cinco conselheiros do tribunal, além de um ex-membro, presos. Picciani foi uma das 17 pessoas conduzidas coercitivamente à sede da Polícia Federal para depor.

Presidente da Alerj%2C Jorge Picciani foi levado coercitivamente para depor na sede da PF nesta quarta-feira. Já o presidente do TCE%2C Aloysio Neves%2C foi preso durante açãoFoto%3A Estefan Radovicz / Agência O Dia

Em um discurso de 23 minutos, Picciani disse três pontos que foram feitos pela Procuradoria Geral da República. Eles foram: explicação da tramitação dos fundos especiais na Alerj; supostas irregularidades no repasse dos fundos para o pagamento de alimentação de presos; e sua relação com a Fetranspor.

"Nada temia, nada temo e não tenho porque temer insinuação de delator. Que fizessem as perguntas que eu responderia", disse Picciani. O presidente da Alerj disse que não teve acesso ainda ao inquérito, que corre sob sigilo, mas apontou o que Lopes teria dito sobre a participação dele no esquema criminoso.

"Delator confessa que cobrou 15% e distribuiu aos conselheiros. A ilação é que eu teria facilitado. De que forma? Estou à vontade para fazer acareação com qualquer uma das empresas que tenham dito isso", afirmou.

Picciani insinuou que Lopes tenha uma aliança com o ex-governador ex-governador Anthony Garotinho, seu desafeto."Esse senhor (Jonas Lopes) é aliado e corre risco de sua delação cair. Ele é aliado do meu maior detrator na política, de quem não vou dizer o nome. Não recebi (propina) e não há como provar que recebi", disse.

O peemedebista disse ainda que a procuradoria lhe perguntou sobre sua relação com o presidente da Fentranspor. Ele respondeu que que exerce apenas influência política sobre seus aliados.

"A questão do subsidio do Bilhete Único não me foi perguntada, mas está na imprensa. Mas eu esclareço que a votação do veto do executivo eu colocarei na pauta na próxima semana", disse. O discurso foi acompanhado por apoiadores políticos que, por duas vezes o aplaudiram.

Você pode gostar