Por gabriela.mattos
Policial teve ataque de fúria no batalhão de Santa CruzWhatsApp O DIA

Rio - O cabo da Polícia Militar André Luiz Moreira da Silva foi preso duas vezes em 24 horas após saber que iria ser transferido de um batalhão da Zona Oeste para uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na Zona Norte.

A primeira detenção ocorreu na quinta-feira, após supostamente ameaçar um médico para conseguir uma licença do serviço.

A outra ocorreu na manhã desta sexta-feira, quando já preso, atirou contra a antessala do comando do 27º BPM (Santa Cruz).

A transferência do policial foi publicada no boletim interno da corporação, número 68, do dia 11 de abril. De acordo com o documento, ao qual O DIA teve acesso, ele deveria se apresentar para trabalhar na UPP Vila Cruzeiro já na quarta-feira.

No entanto, o PM foi a uma clínica particular e solicitou uma licença médica para se afastar do serviço. O médico que o avaliou não quis dar o atestado, mas teria concedido o documento após o policial o ameaçar com uma arma.

Depois da saída de Luiz Moreira da clínica, o médico entrou em contato com a polícia sobre o ocorrido, e o comandante do batalhão de Santa Cruz, tenente-coronel Luiz Octavio Lima, determinou a prisão do cabo administrativamente por 72 horas para os fatos serem apurados. Nesse tipo de prisão, o policial não pode se ausentar do batalhão, mas tem livre circulação nas dependências da unidade e deve ficar desarmado.

Na manhã desta sexta, ele foi ao estacionamento da unidade e pegou uma pistola calibre 40, de uso próprio. Segundo policiais da unidade, ele começou a gritar, dizendo que queria ir para o Hospital da Polícia Militar e atirou contra a antessala onde ficam os gabinetes do comando. 


Convencido a não se matar

O policial fez dois disparos contra um vidro fumê que tinha o emblema da Polícia Militar. O vidro separa a antessala da secretaria onde estão localizados os gabinetes do comandante e do subcomandante. Com o feriado desta sexta, não havia ninguém no cômodo. As marcas do tiros ficaram nas paredes da sala.

Após os disparos, o cabo colocou a arma na cabeça e disse que iria se matar. Ele foi convencido por colegas a não puxar o gatilho, sendo desarmado em seguida.

Ao saber do ocorrido, o comandante da unidade determinou que o policial fosse conduzido para a Unidade de Pronto Atendimento de Del Castilho, onde foi submetido a novos exames. Os médicos o liberaram e ele foi conduzido de volta à unidade.

No local, uma equipe da polícia judiciária da corporação o autuou em flagrante. No final do dia, ele foi levado ao Hospital da PM.

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