Por gabriela.mattos

Rio - O Ministério Público Federal, no Rio, denunciou o ex-subsecretário de Transportes Luiz Carlos Velloso e o diretor de Engenharia da RioTrilhos Heitor Lopes de Sousa Júnior, além de outro cinco investigados por lavagem de dinheiro referente a vantagens indevidas recebidas nos contratos para a construção da Linha 4 do metrô do Rio. As denúncias decorrem da Operação Tolypeutes, realizada no âmbito das investigações conduzidas pela força tarefa da Operação Lava Jato no Rio. As informações foram divulgadas pela Procuradoria da República nesta quarta-feira.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, as investigações "comprovaram" que o esquema de corrupção na Secretaria de Estado de Obras do Rio, consistente na cobrança de propina das empreiteiras envolvidas nos bilionários contratos de obras civis, repetia-se na Secretaria Estadual de Transporte e na Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (Riotrilhos), especificamente no contrato de construção do Metrô Linha 4.

"Afigura-se evidente que a organização criminosa, capitaneada por Sérgio Cabral (ex-governador pelo PMDB) durante sua gestão do Estado do Rio de Janeiro, esteve presente em várias secretarias do Estado", afirmam nas denúncias os procuradores da República que integram a força-tarefa.

Heitor Lopes de Souza Júnior é acusado de lavagem de dinheiro de três formas distintas: 19 depósitos em dinheiro, no valor total de R$ 174 mil, na conta da empresa Arqline Arquitetura e Consultoria - EPP, da qual é sócio; 32 transações financeiras, no valor total de R$ 5.306.460,00, entre a empresa MC Link Engenharia LTDA, subcontratada do consórcio que construiu a Linha 4 do Metrô, e a Arqline Arquitetura e Consultoria - EPP; e 139 operações financeiras, no valor total de R$ 30.710.419,05, envolvendo a empresa Arqmetro Arquitetura e Consultoria, da qual era sócio oculto.

Luiz Carlos Velloso foi denunciado por quatro tipos de lavagem de dinheiro: 3 pagamentos em dinheiro, no valor total de R$ 68 376,60, por serviços educacionais de seus filhos; 69 pagamentos em dinheiro, no valor total de R$ 600.479,25, de cartões de crédito de sua esposa; 182 depósitos em dinheiro, no valor total de R$ 285.002,11, na conta de sua esposa; e aquisição do automóvel Mercedes Benz C180, pelo valor de R$ 125 mil, em nome da empresa de seu irmão.

O Ministério Público Federal sustenta que as prisões preventivas de Heitor Lopes e Luiz Velloso devem ser mantidas, "tendo em vista que grande parte dos recursos pagos a título de propina ainda não foi localizada".

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