Rio - O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb RJ) decidiu, em assembleia realizada nesta segunda-feira, aderir à paralisação nacional do dia 28 de abril, movimento de protesto à Reforma da Previdência. Segundo Sebastião José, presidente do sindicato, o movimento será feito dentro das normas da lei e contará com muita adesão dos trabalhadores: "Os profissionais da categoria chegaram 'com a faca nos dentes', o sentimento é de extrema revolta contra a escravidão que é imposta", disse. Segundo eles, as mudanças nas regras da Previdência devem afetar profundamente os trabalhadores deste setor.
A assembleia decidiu ainda tentar negociar o reajuste salarial de 2017 com as empresas de ônibus. O sindicato defende que as negociações devem ser abertas apesar do bloqueio da tarifa decidito pela Prefeitura: "No dia 28, nos reuniremos às 8h30 na porta da prefeitura da cidade para entregar ao prefeito um encaminhamento de um aditivo. Pedimos que seja baixado um decreto proibindo a terceirização no setor de transporte
coletivo da cidade. O mesmo aditivo será encaminha para os representantes das empresas de ônibus. Se as tarifas não são reajustadas, isso é um problema entre as empresas e a prefeitura. Não temos nada com isso", declarou Sebastião José.
O presidente do sindicato aproveitou para lembrar de mais um direito perdido pela categoria: até 1996, os motoristas tinham direito a aposentadoria especial após 25 anos de trabalho. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alterou a idade para 30 anos e, posteriormente, ela foi novamente modificada para 35 anos de serviço. "E esse mesmo motorista mesmo assim sofre com uma série de doenças provenientes de sua função, como stress, problemas na coluna e úlcera, já que ele não consegue se alimentar nem descansar direito", lamentou.
Tarifa bloqueada
A Prefeitura está mantendo sua posição de não permitir reajuste no valor das passagens de ônibus do município, até que toda a frota seja climatizada. De acordo com o secretário municipal de Transportes, Fernando MacDowell, as empresas precisam cumprir o contrato sem a necessidade de aumento na tarifa.