Rio - A renúncia, o impeachment ou a manutenção de Michel Temer (PMDB) à frente da presidência da República após as acusações de anteontem não interfere no projeto de socorro financeiro ao Rio de Janeiro.
O texto foi aprovado no Senado quinze minutos antes de as denúncias que abalaram as estruturas do Palácio do Planalto virem a público.
O terceiro parágrafo do artigo 66 da Constituição Federal determina que, concluída a votação e decorrido o prazo de quinze dias, “o silêncio do Presidente da República importará sanção”. Ou seja, o prazo conta desde ontem. E, mesmo que alguém venha a assumir no lugar de Temer, é improvável que vete um projeto aprovado por 56 senadores.
PMDB contra Temer
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) colhe assinaturas de peemedebistas para pedir a renúncia do correligionário Temer. A ideia é que o grupo lance um manifesto hoje que reivindica a convocação de eleições diretas para a escolha de um presidente interino — este teria que se comprometer a seguir diretriz econômica pré-estabelecida até o fim do mandato-tampão.
Ocorreu com o PT...
Presidente do PSDB-RJ, Otavio Leite não teme uma debandada do partido após as denúncias envolvendo o presidente nacional da legenda, Aécio Neves. “O Aécio se afastou (da presidência). Fez o que tinha que ser feito. O partido está acima do homem. É uma instituição.”
Mas...
Outros tucanos e também peemedebistas ouvidos pela coluna dizem ser inevitável que ambos os partidos percam filiados. “Estaremos em 2018 menores do que hoje”, disse um.
Postou vídeo no Face
Carlos Osorio, que foi o candidato do PSDB ao governo do Rio, cobra que a Câmara dos Deputados “dê início imediatamente ao processo impeachment” de Temer.
Táxi da propina
A Polícia Federal fez operação ontem na casa Altair Alves Pinto — acusado de receber propina em nome de Eduardo Cunha. O Informe mostrou, em dezembro de 2015, a proximidade entre ambos. A coluna flagrou o táxi de Altair, investigado já naquela época, estacionado na casa de Cunha.
Áudio
A divulgação do áudio da conversa de Temer com o empresário-delator Joesley Batista, ontem à noite, agradou a aliados do presidente. Avaliam que o conteúdo da gravação é menos nocivo do que se imaginava.
Sem corporativismo
Ao determinar a prisão de procurador do MPF, o chefe do MPF, Rodrigo Janot, mostrou que corta na carne.