Rio - A Polícia Civil investiga se o dinheiro usado na compra de matéria-prima para a confecção de peças da TH Joias, como ouro e pedras preciosas, tenha origem no tráfico de drogas. Na sexta-feira, os donos da joalheria, Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH, e Fabio Fernandes Vila Real, o Parrudo, foram presos temporariamente apontados como “braços financeiros” da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), em operação desencadeada pela Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). “Eles não têm como comprovar a origem do dinheiro deles”, disse Felipe Curi, titular da unidade.
A TH Joias é referência de celebridades que buscam por ostentação com peças exclusivas. Entre os que usam os produtos da marca estão Nego do Borel, que encomendou um anel de R$ 40 mil, bracelete e cordão, e MC Gui, que presenteou a namorada com alianças avaliadas em R$ 30 mil. MC Duduzinho e até o jogador Neymar também são clientes, segundo os investigadores.
Uma das joias mais caras que a TH fabricou é um cordão de ouro e rubi que Adriano Imperador costuma usar em poses nas redes sociais: a peça é avaliada em R$ 100 mil. Outra joia fabricada pela joalheria é um terço personalizado com o nome de MC Gui, de ouro e diamante. “Desconfiamos que vendam joias personalizadas para traficantes também”, disse Curi, que ainda não concluiu o inquérito.
Até agora, a investigação apontou que Fábio e Tiego usavam imóveis, veículos de luxo, joias e empresas para dar aparência legal ao lucro do tráfico e pagar ‘propinas’ a policiais corruptos em troca de informações privilegiadas de operações e investigações que envolvessem os integrantes e as comunidades dominadas pelo TCP. A defesa de Thiego e Fábio não foi encontrada pela reportagem para comentar as investigações.