Por gabriela.mattos
Uedes Reis%2C de 34 anos%2C acusa um professor da instituição de transfobiaReprodução Facebook

Rio - Estudante de Psicologia da Universidade Santa Úrsula, Uedes Reis, de 35 anos, acusa um professor da instituição de transfobia e racismo. A aluna, que se identifica como transexual, afirma sofrer perseguição desde que ingressou na faculdade, há um ano e meio. Segundo Uedes, o último episódio ocorreu no dia 25 de maio - o docente, que também é coordenador do curso, o mandou calar a boca, aos gritos, em sala de aula. A estudante registrou uma queixa-crime de injúria racial.

Desde então, Uedes disse que não consegue mais ir à aula. A situação teria prejudicado seu rendimento acadêmico. “Eu cursei três disciplinas com ele, e são sempre as notas mais baixas do meu currículo. Ele se nega a responder às minhas perguntas e não tolera nenhuma palavra que eu fale. Ele cancela minha cor e meu gênero na sala de aula”, disse Uedes.

Uedes reclama ainda que o professor se refere à homossexualidade em sala com o termo ‘homossexualismo’, o que significaria, segundo o aluno, uma patologia, e não uma orientação sexual. O estudante também teria sido ameaçado de expulsão. “Ele quer tirar uma conquista que é minha. Não tenho problema com nenhum professor e nenhum aluno. Ele escolheu me atacar”, disse.

No final de 2013, Eudes já havia sido alvo da agressão de um aluno da PUC-SP, onde estudava na época. A estudante foi atingido por chutes e socos no rosto. Agora, ela teme passar por agressão semelhante. “Estou com muito medo de acontecer de novo. O professor tem o mesmo comportamento do outro agressor”, contou.

A Universidade Santa Úrsula informou que desconhecia o ocorrido e abriu uma sindicância interna para apurar os fatos. Em nota, a instituição comunicou que “repudia quaisquer tipos de preconceito e discriminação”.

?Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat, sob a supervisão de Cadu Bruno

Você pode gostar