Por bferreira

Rio - Movida há três anos pelo Ministério Público estadual, a ação civil pública que investiga a situação de abandono no Instituto Estadual de Dermatologia Sanitária (Ieds), em Jacarepaguá, conhecido como Hospital Curupaiti, está em fase de provas, aguardando uma perícia solicitada desde 2015. A ação foi movida após o assassinato de um paciente de hanseníase dentro da própria unidade, em 2014. Até o final de abril, o perito indicado não tinha se manifestado.

A cozinha de um pavilhão está com cadeiras furadas e sujasCléber Mendes / Agência O DIa

O promotor de Justiça José Marinho Paulo Junior, titular da 5ª Promotoria de Saúde da Capital, explicou que “a procedência da ação do MP-RJ implicará a reestruturação física da unidade e a readequação de recursos humanos, inclusive com o oferecimento de leitos no centro de regulação”. No sábado, O DIA mostrou que a crise financeira apenas aprofundou um cenário de descaso crônico no hospital.

Já em 1999, o MP-RJ tinha constatado em uma visita o “péssimo estado de conservação” do Curupaiti. Em 2002, instalou inquérito para investigar a situação. Inspeções realizadas e, 2003, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2011 revelaram más condições de higiene, desrespeito às normas de biossegurança, falta de pessoal e problemas de gestão.

Entre os problemas estavam infiltrações, fiações expostas, elevadores parados, vidros quebrados e falta de limpeza. Em 2013, nova vistoria comprovou que, apesar de recém-reformados, o terceiro e o quarto andares estavam 70% vazios. Em 2014, o Cremerj apontou a falta de médicos plantonistas de segunda a quinta-feira na unidade.

Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat, sob a supervisão de Rosayne Macedo

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