Rio - Policiais da Delegacia de Homicídios (DH) prenderam, nesta quarta-feira, o agente penitenciário Eduardo Vieira dos Santos, 34 anos, por homicídio. Segundo o delegado Fábio Salvadoretti, Eduardo foi capturaqdo no presídio Plácio de Sá Carvalho, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ele é suspeito de matar a cabeleleira, Carolina Gomes dos Santos, 21 anos, e ter tentado matar Esaú Barcelos Ferreira, 32, marido da vítima.
O crime aconteceu no começo da madrugada do dia 10 de abril do ano passado, no Viaduto de Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio. Carolina e Esaú estavam em uma lanchonete no bairro quando se desentenderam com Eduardo. De acordo com os agentes, a briga teria sido motivada por ciúmes. Os dois voltavam para casa com a filha de 3 anos quando o agente penitenciário fechou o carro das vítimas e fez os disparos.
Carolina morreu na hora. Esaú, que é professor de capoeira, passou por três cirurgias no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e recebeu alta. Um amigo do casal, que estava no banco de trás com a filha deles, conseguiu sair do veículo com a criança. Os dois não se feriram. Os policiais também apreenderam uma pistola calibre .380 na casa de Eduardo, a mesma arma usada no crime.
'Hoje se mata por qualquer coisa'
"Hoje se mata por qualquer coisa”. Foi assim que Fernando Silva lamentou a morte da filha, em entrevista ao DIA, na época. O tenente-coronel Luiz Garcia Baptista, comandante do 9º BPM, afirmou que uma testemunha revelou que o agressor chamou o casal pelo nome. “Quando eles chegaram para atirar nos ocupantes do carro ainda abriram a janela e foram chamados pelo nome”, contou.
“Não levaram nada do carro. Parece que a briga começou por ciúmes e um homem se identificou como policial. Ela tinha tudo pela frente, alegria, futuro. Há pouco tempo estava dizendo que me ama, e hoje estou enterrando minha filha”, disse o pai de Carolina.
Abalada, Maria do Conceição, mãe da vítima, disse que a filha tinha planos de abrir um salão de beleza. Ela pretende agora cuidar da neta órfã. “A dor é muito grande, minha filha era uma pessoas muito alegre, doce, cheia de projetos. Ela estava feliz porque ia para um show, cheguei a fazer o cabelo dela. É a última lembrança que vou ter. Espero que a polícia identifique o autor pelas câmeras”, contou.
‘Ele nunca foi de briga’
O professor de capoeira Saú é descrito como uma pessoa pacífica pelos familiares, que não conseguem entender o que teria levado o homem a disparar contra o casal. Irmã de Saú, Sandra Barcellos estranhou o ataque. “Ele nunca foi de briga, é querido por todo mundo. Não consigo entender o que pode ter levado a isso”, relatou.