Rio - Mais de 60 pessoas que aguardavam na fila de espera para serem operadas no Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Federal de Ipanema ficaram sem opção de tratamento. O setor da unidade foi fechada sem que praticamente ninguém fosse avisado com antecedência. Até mesmo o chefe do setor só teria sido informado quando chegou para trabalhar.
O serviço é altamente especializado, atende a casos de alta complexidade. A maioria não operou ainda por falta de material, se acordo com fontes do hospital. São pacientes graves, cirurgias de aneurisma de aorta, isquemias. Alguns casos são tão graves que não podem esperar mais de 48 horas.
O serviço também atendia a pacientes graves transferidos de outras unidades ou cidades de todo estado. Não se sabe até agora o que vai acontecer com esses pacientes.
O fechamento de um serviços dessa importância vem ocorrendo em várias unidades federais.
A diretora do Hospital da Lagoa — que trabalhava lá há 18 anos — pediu demissão quinta-feira passada por se recusar a fechar serviços. Segundo funcionários que pediram para não serem identificados,tudo indica que se trata de uma recomendação que vem sendo feita pelo Ministério da Saúde no Rio.
Ainda de acordo com funcionários, além de prejudicar pacientes em estado grave, o fechamento do serviço de Cirurgia Vascular deve deixar ocioso um equipamento moderno comprado recentemente para a unidade ao preço de R$ 500 mil.