Rio - Uma menina, de 6 anos, foi encontrada morta dentro de uma mala jogada em um rio, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira. Agatha Nicole Silva Victorino estava desaparecida desde às 17h desta quinta-feira. O corpo da vítima foi encontrado pela mãe, por volta das 2h, enquanto parentes faziam buscas na região.
A família contou que ela estava brincando com outras crianças na vila onde morava quando foi vista pela última vez. Segundo testemunhas, um homem chegou perto de onde os pequenos estavam e chamou a menina. Depois, alguns vizinhos relataram que o suspeito estava com uma mala.
A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DH) está investigando o caso para tentar identificar o suspeito. De acordo com a polícia, uma perícia já foi realizada no local.
Nas redes sociais, a mãe, Luane Cristine, de 22 anos, desabafou e lamentou a morte da menina. "Quero minha filha de volta", escreveu em uma publicação. Os avós maternos de Agatha chegaram ao IML, na manhã desta sexta-feira, para reconhecer e liberar o corpo da menina. Robson Ferreira de Araújo, motorista de ônibus de 54 anos, é padastro da mãe da pequena, mas a considera como neta porque ajudou a criá-la desde novinha.
"Esse é um momento muito crítico para a família, pois foi uma covardia que fizeram com a minha neta. A família toda está desesperada. Ela tinha apenas 6 anos, e vem um delinquente e faz isso com ela", lamentou o avô, contando que ainda não sabe o motivo que levou a tamanha crueldade.
"Recebemos a informação ontem às 23 horas e a garota desapareceu às 17h. Uma pessoa viu esse rapaz jogando a mala no valão, que fica próximo à estação de trem do Engenho Novo. Esse cara destruiu a nossa família. A minha mulher está desesperada, a bisavó, as tias", contou Robson.
O avô afirmou que Agatha era uma criança brincalhona e alegre. A menina tinha dois irmãos. "Esse homem acabou com a família toda. [O caso] É muito estranho, porque eu a vi nascer e morrer. Ela sempre dizia: vó te amo. Vovô te amo. Estamos desmontados. Como um ser humano pode fazer isso? Ela era uma criança, sabia se defender em que? A lembrança que eu vou guardar dela é de um vídeo que ela fez com o tio, que não vou apagar jamais. Eles estavam brincando na sala de casa", completou.
Ele destacou ainda que quer Justiça e pede que a polícia prenda o suspeito. "Não sei dizer se o cara é conhecido. Disseram que ele era magro, tinha um metro e setenta de altura, e acredito que ele seja um viciado. Não sei o que pode ter acontecido com ela. Como lá todos os vizinhos são conhecidos, acredito que a Nicole possa ter pensado que esse cara morasse lá perto e ter ido com ele", finalizou.
Avó de Agatha, Edir Silva dos Santos, de 44 anos, disse que, à noite, durante um culto na Assembleia de Deus, no Jardim Metrópole, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, orou pelos netos, em especial pela Agatha, mesmo sem saber ainda o que havia acontecido com a menina. Segundo ela, os familiares só contaram do desaparecimento da criança depois que ela saiu da igreja.
"Minha sobrinha me ligou, eu estava no culto, cinco horas depois do caso e me disse que a Agatha estava desaparecida. Por ter a pressão muito alta, acho que eles estavam me preservando. Acredito que foi Deus que fez eu ir a igreja para ele me preparar. Pedi ao Senhor que ele cuidasse da Agatha. Ninguém imagina que vamos perder o que mais amamos. Se quando perdemos um objeto de valor já ficamos chateados, imagina perder quem mais amamos", desabafou.
Ela também lembrou que sempre aconselhou os netos a não saírem com estranhos. "Agatha foi a minha segunda neta, e quando ela nasceu a gente paparicava muito e cuidava dela. Por ser muito brincalhona e muito 'dada', a gente falava com ela para não ir com estranhos. É isso que eu falo com meu nentinho de um ano, irmã dela: 'se chamar não vá'", reforçou.
A morte causou comoção nas redes sociais e internautas lamentaram a morte da menina. "Que tristeza! Meus sentimentos à família", disse um deles. "Que Deus console o coração dos parentes", desejou outro. "Que crueldade", definiu mais um.
Reportagem do estagiário Rafael Nascimento, com supervisão de Maria Inez Magalhães