Por gabriela.mattos

Rio - Moradores de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, protestam contra a remoção de famílias do bairro, na manhã desta sexta-feira. Por causa do ato, a Avenida Engenheiro Souza Filho foi interditada das 6h30 às 9h20. De acordo com o Centro de Operações, o trânsito foi desviado pela Estrada de Jacarepaguá. Os agentes da CET-Rio, a PM e a Guarda Municipal estiveram no local.

No dia 18 de julho, o prefeito Marcelo Crivella se reuniu com 12 empresas que farão o estudo de viabilidade da construção de prédios de até 12 andares para a verticalização do bairro. Ao todo, seriam 35 mil apartamentos nos edifícios.

Moradores protestam contra remoção de famílias no Rio das PedrasReprodução TV Globo

De acordo com a prefeitura, para custear as obras de urbanização — com melhorias nos serviços de saneamento básico e de infraestrutura social — o governo municipal vai emitir Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), que equivalem a uma quantidade de metro quadrado a ser construída pelos empreendedores.

Os imóveis serão vendidos aos moradores por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, com financiamento da Caixa Econômica Federal. Para Crivella, um ponto positivo é que o projeto não prevê remoção de moradores. Eles serão realocados provisoriamente em um terreno vizinho. Atualmente, a comunidade tem cerca de 80 mil pessoas.

"A população tem o maior interesse em adquirir as casas que vamos construir ali.  Se sonhamos com nossas comunidades urbanizadas,  não podemos fazer com remoções. Vamos mostrar ao Brasil que é possível cuidar das comunidades sem fazer remoções", disse o prefeito.

Ainda segundo o prefeito, em uma primeira etapa, haverá um estudo para definir como será o projeto. A partir daí, a Prefeitura vai negociar com as construtoras o início das obras, que devem durar um ano e meio. 

"A região é pródiga em profissionais como pedreiros, eletricistas, bombeiros hidráulicos.  É uma comunidade efervescente, com 220 salões de beleza, a atividade econômica de lá me surpreendeu. E vale ressaltar, não tem tráfico de drogas", afirmou.

A equipe que vai elaborar o estudo contará com engenheiros, economistas e assistentes sociais, entre outros profissionais. A ideia é que esse levantamento fique pronto até o início do próximo ano.

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