Por rodrigo.sampaio

Rio - O empresário Eike Batista ofereceu pagar de multa de cerca de R$ 55 milhões à Justiça no acordo de delação premiada que está para ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas próximas semanas. O valor seria uma forma de "ressarcimento" por toda a propina que Eike teria pago a agentes públicos em esquemas de corrupção. A Lava Jato do Rio identificou, na Operação Eficiência, que Eike teria repassado US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), supostamente para obter vantagens em negócios do Grupo X.

Eike quer tentar acordo após prisãoSandro Vox / Agência O Dia

O valor do ressarcimento prometido por Eike será mais alto do que a fiança de R$ 52 milhões que pagou à 7ª Vara Federal Criminal do Rio. O empresário tem ainda R$ 88 milhões em espécie, além de imóveis e carro, bloqueados em outros processos, que correm na 3.ª Vara Federal Criminal do Rio.

O fundador do Grupo X cumpre prisão domiciliar e está afastado da administração direta de seus negócios. Interrogado pela Justiça no fim de junho, Eike não respondeu se havia pago propina ao ex-governador.

"Quero colaborar 100% com a Justiça. É o meu dever. Sobre essa questão (suposto pagamento de propina a Cabral), a recomendação dos meus advogados neste instante é ficar em silêncio", disse o empresário ao juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal.

O ex-governador Sérgio Cabral declarou ao juiz Bretas que a única vez em que pediu a Eike Batista recursos de seu "interesse pessoal" foi em 2010, supostamente para a campanha eleitoral daquele ano. Segundo ex-governador, ficou acertado em reunião na casa de Eike o pagamento de um valor entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões. Cabral, que está preso, negou, no entanto, ter recebido propina do empresário.

A delação de Eike está para ser homologada, nas próximas semanas, pelo STF. O processo corre do Tribunal por causa do foro privilegiado que alguns delatados por Eike têm.

O advogado de Eike, Fernando Martins, disse que só se pronunciará oficialmente após a homologação do acordo. Já a força-tarefa da Lava Jato no Rio afirmou que "não comenta delações".

Com informações do Estadão Conteúdo

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