Rio - Seis dos dez traficantes presos nesta sexta-feira no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, estavam envolvidos na invasão da Rocinha no mês passado. A informação foi divulgada pelas forças de segurança em coletiva de imprensa nesta sexta. Desde o início da manhã, militares das Forças Armadas, da PM e a Polícia Civil realizam uma operação na favela para cumprir 31 mandados de prisão. Até o momento, dez pessoas foram presas e um adolescente, que não tinha mandado, detido.
Na ação, a polícia também apreendeu drogas e armas, ainda não contabilizadas. O delegado Marcus Vinicius, da 20ª DP (Vila Isabel), contou que as investigações, feitas em conjunto com a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) dos Macacos, começaram há três meses a partir de um monitoramento da região. De acordo com a polícia, os traficantes são ligados a Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha.
"Ainda não existiam os problemas na Rocinha, foi independente deste caso. Mas, depois do ocorrido, a investigação continuou e facilitou desvendar o que aconteceu. Os traficantes que participaram da ação, mas não conseguiram invadir a Rocinha, foram para o São Carlos e depois de novo para o Macacos. Hoje é a segunda favela mais importante da ADA (facção de Nem da Rocinha)", explicou o delegado.
Um dos principais suspeitos, que ainda está foragido, é Leandro Nunes Botelho, conhecido como Scooby. De acordo com as investigações, o chefe do tráfico no Morro dos Macacos tem ligação direta nas disputas entre os traficantes da Rocinha que começaram no mês passado. A comunidade da Zona Sul foi ocupada por quase mil militares das Forças Armadas durante uma semana após a invasão de bandidos rivais.
"Já sabemos que o Scooby está no Morro do São Carlos. A operação de hoje foi para prender os bandidos que atuam no Morro dos Macacos. A prisão do Scoob é questão de tempo", afirmou o delegado Marcus Vinícius.
Adolescente é ferida por bala perdida na Rocinha
Moradores voltaram a relatar um intenso tiroteio na Rocinha na manhã desta sexta-feira. Uma adolescente, de 16 anos, foi baleada no local e levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea.
Em relação às trocas de tiros desta madrugada, o subsecretário de Comando e Controle, Rodrigo Alves, explicou que hoje a comunidade presencia uma situação diferente do que estava ocorrendo antes da invasão dos traficantes rivais.
- Adolescente é atingida por bala perdida dentro de casa na Favela da Rocinha
- Integração entre metrô e vans que atendem Rocinha e Vidigal começa na segunda
- Tiroteio entre polícia e criminosos deixa dois suspeitos mortos na Rocinha
- Forças de segurança buscam traficantes ligados a Nem da Rocinha na Zona Norte
- Filho de Amarildo é preso na Rocinha
- Bebê é abandonado em escadaria na Rocinha
"Hoje a favela está estabilizada. Os confrontos que estão acontecendo foram durante o patrulhamento. Estamos tendo confronto em uma região onde existem marginais. Se voltarmos no tempo, vamos ver que mesmo com as Forças Armadas, houve troca de tiros. O cerco não impede isso. Se fizer o cerco e não buscar os criminosos, eles vão continuar atuando. Vamos lá buscá-los", destacou Alves.