Por karilayn.areias

Rio - A Comissão de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) vistoriou, no mês de setembro, três unidades de saúde municipais: o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, o Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, e o Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador.. Durante a fiscalização, foram encontrados uma série de irregularidades, como superlotação, falta de medicamentos e déficit de recursos humanos.

Segungo o Cremerj, a situação mais crítica foi encontrada no Rocha Faria, fiscalizado em 22 de setembro. Na ocasião, foi constatada uma diminuição da equipe, motivada pela redução salarial dos profissionais, além de superlotação nas salas vermelha e amarela, que atendem, respectivamente, casos de emergência e de urgência. O órgão verificou também que há déficit de ambulâncias e de medicamentos, como dipirona, hidrocortizona, que trata crise asmática grave, e Lazix, indicado para casos de hipertensão.

Já o Albert Schweitzer foi vistoriado em 20 de setembro. Devido a falta de recursos, 20 leitos na Unidade de Tratamento Intensivo, três leitos na Unidade de Tratamento Semi-Intensivo e o Centro de Tratamento Intensivo (CTI)  tiveram que ser fechados, dificultado a realização de neurocirurgias.

A superlotação foi outro ponto que chamou a atenção dos agentes quevistoriavam o Albert Schweitzer. Ainda de acordo com o Cremerj, no dia da fiscalização, a sala amarela, com capacidade de dez leitos, tinha 25 pacientes internados. Já na sala vermelha, com 14 vagas, havia 17 doentes. Devido à sobrecarga de pacientes, o número de transferências vem crescendo, chegando a 2,7 mil por mês.

No Evandro Freire, vistoriado em 18 de setembro, o Cremerj constatou o déficit de recursos humanos nas equipes de enfermagem, de limpeza e de segurança. A unidade também sofre com redução de leitos, o que fez subir para mais 2 mil por mês o número de transferências, estoque de medicamentos escasso e demora na realização de exames, como o cateterismo cardíaco. Além disso, o atraso salarial dos funcionários é constante.

Segundo a direção dos hospitais vistoriados, a Secretaria Municipal de Saúde não repassa todo o dinheiro destinado às unidades municipais e as Organizações Sociais (OSs) reduziram o salário do corpo clínico, alegando que isso era necessário para manter as unidades em funcionamento.

“As fiscalizações mostram que também é crítica a situação na rede municipal, o que muito nos preocupa. A população está ficando sem opções para o atendimento e os médicos e demais profissionais atuando em condições cada vez mais precárias, além de atrasos salariais em muitos casos. É um absurdo e vamos cobrar da Secretaria Municipal de Saúde uma solução”, afirma o presidente do Cremerj, Nelson Nahon.

Procura pelo O DIA, a Secretaria Municipal de Saúde informou que "os hospitais municipais Albert Schweitzer, Rocha Faria e Evandro Freire estão funcionando com aumento de demanda, em função da crise nas unidades de saúde administradas pelas outras esferas de governo (estadual e federal), do aumento de número de pessoas que perderam seus planos de saúde e da alta procura de serviços por pacientes que moram em outros municípios."

Ainda de acordo com a nota, "a SMS segue o calendário de repasses estabelecido pela Secretaria Municipal de Fazenda e trabalha para regularizar o abastecimento das unidades."

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