Por cadu.bruno

Rio - Um arsenal com mais de 3 mil balas de vários calibres na sala do comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju e armas com numeração raspadas levaram à prisão o comandante, major Alexandre Silva Frugoni de Souza, nesta quarta-feira, em megaoperação da Corregedoria da PM, além de três praças.

Ontem à noite, o porta-voz da corporação, major Ivan Blaz, disse que a esposa de Frugoni, que também é major, também havia sido presa na operação. No entanto, na manhã desta quinta-feira, Blaz disse que a "corregedoria passou a informação errada". A corregedoria havia informado também que 21 policiais militares tinham sido detidos na ação.

Policiais apreenderam armas%2C drogas e munições em megaoperação da Corregedoria da PMDivulgação

"No final da operação, que terminou nesta manhã, restaram três praças presos. Um por tráfico de drogas, outro por munição no armário, e outro por tentar avisar o Frugoni da operação,ou seja, por facilitação real", disse Blaz, nesta quinta.

Só no gabinete de Frugoni, além da munição, a corregedoria encontrou uma pistola glock raspada e quatro carregadores. Na residência do oficial, que tem salário em torno de R$ 15 mil e é um dos melhores atiradores da PM, foram apreendidas carabina 40 e pistola ponto 40. O armamento é da PM, mas ele não tinha autorização de levar para o local. Na casa do pai do major, foi apreendida pistola sem registro de procedência.

Em armários sem identificação havia mais de 20 tabletes de maconha e mais de 200 pinos de cocaína, além de uma pistola 380 raspada, caderno de anotações relacionadas ao tráfico de drogas e peças de munição sem identificação. Um total de 3.153 materiais usados geralmente em endolação de drogas também foram apreendidos durante a operação. Chamou a atenção ainda apreensão de uma chave micha, um pé de cabra e um alicate hidráulico. Todo o material será submetido à perícia.

Alexandre Frugoni está desde 2002 na corporaçãoReprodução

A ação era para cumprir mandados de busca e apreensão na UPP e em outros endereços ligados a Frugoni, expedidos pela Auditoria da Justiça Militar. Na unidade, todos os policiais que estavam no local foram proibidos de usar aparelhos celulares e veículos foram revistados durante a operação. O inquérito na Corregedoria começou por suspeitas de desvio de munição e apreensão de armas sem que fossem apresentadas à Polícia Civil.

O trabalho contou com a cúpula da PM para combater a corrupção. O nome do substituto de Frugoni ainda não foi divulgado. Em março, o comandante da UPP ganhou notoriedade por ato de bravura porque, mesmo à paisana, reagiu a uma tentativa de assalto e atirou no suspeito na Rua São Francisco Xavier, em frente à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no Maracanã.

O major Alexandre Frugoni, à época, era comandante da UPP Fallet. Ele desceu de um carro instantes depois do assalto e fez disparos contra o suspeito, que acabou sendo preso. O oficial fez questão de ressaltar na ocasião que a vítima e populares elogiaram a ação dele.

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