Por karilayn.areias

Rio -  O atrito envolvendo o presidente da Assembleia Legislativa e do PMDB-RJ, Jorge Picciani, e o deputado federal Pedro Paulo Carvalho (PMDB-RJ) pode interferir na eleição. Afilhado político do pré-candidato ao governo Eduardo Paes, Pedro Paulo tem defendido a mudança de ambos para uma legenda "com menos máculas". Picciani e Pedro Paulo se encontrarão hoje. A tendência é que aparem arestas. Ainda sobre 2018, Picciani afirma que PMDB e DEM de Rodrigo (presidente da Câmara dos Deputados) e Cesar Maia (vereador) caminharão juntos.

Jorge Picciani Valter Campanato / Agência Brasil

O DIA: Qual o teor da conversa de hoje?

PICCIANI: Teve aquela minha entrevista na 'Veja' em que o Pedro Paulo se sentiu ofendido. Não fiz crítica pessoal. Falei que perdemos a eleição municipal porque escolhemos mal o candidato, e não por ser o PMDB. E que (indagado se a Lava Jato poderia chegar a Paes) o Pedro é que cuidou da campanha do Eduardo em 2012. Ele se sentiu ofendido, me mandou mensagem dizendo que não era a primeira vez que eu o criticava. Minha opinião foi política. Tenho o dever de olhar pelo partido. O Eduardo entrou em campo falando com o André Corrêa (DEM) e com o Rafael (Picciani-PMDB). Sugeriu que a gente conversasse.

Esse atrito não afasta o Paes do PMDB?

O Eduardo disse que não quer sair, mas evidentemente quer que o Pedro também se sinta confortável no partido. Não fico olhando para o passado. Olho para o futuro. O Pedro é bom deputado, quadro importante do PMDB. Não tive intenção de ofendê-lo. Vamos em frente. A conversa vai ser por aí.

Quando soube que deputados peemedebistas ensaiam migrar para outros partidos, você disse ao Informe que o PMDB "está aberto para o ingresso e ainda mais aberto para quem quiser sair". Declaração forte...

Se o argumento é o desgaste do PMDB, eu tenho que reagir. Como presidente, tenho a coragem de dizer: "Quer sair, sai". Mas também tenho o dever de conciliar. Você não constrói um partido com arrogância, mas também não constrói com frouxidão. Por que me dou bem com as mais diversas forças políticas? Porque respeito as pessoas.

E a conversa com Rodrigo Maia para 2018?

Eu coloquei o que o PMDB tem a oferecer: temos candidato a governador e estamos dispostos a abrir a principal vaga ao Senado para o Cesar. Acho que, com o potencial que o Cesar tem na capital e com o apoio que a gente consegue costurar no interior, ele seria o senador mais votado. O Rodrigo me garantiu que estaremos juntos em 2018, mas disse que, no momento, o pai dele também pleiteia ser cabeça de chapa para governador. Combinamos que vamos encontrar a forma de estar juntos.

A configuração pode inverter? Paes para o Senado, Cesar para o governo?

Em política tudo é possível, mas não é o que está colocado neste momento.

E em relação à segunda vaga ao Senado e ao vice?

A outra vaga deve ficar com um partido aliado, não com o PMDB. Quanto ao vice, é a última coisa que se define numa eleição.

 

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