Rio - Ao ser questionado se Eduardo Paes (PMDB) é o candidato ao governo estadual a ser batido em 2018, Anthony Garotinho (PR) não mede palavras: "O Eduardo é o candidato a ser preso". Garotinho, que governou o estado entre 1999 e 2002, colocou o nome à disposição do partido para disputar a eleição ao Palácio Guanabara.
Diz que a decisão foi tomada a pedido de setores do funcionalismo público. O ex-governador acredita que sua condenação a prisão em primeira instância, na Operação Chequinho, não atrapalha seus planos.
O DIA: Há uma onda de apoio a candidatos de fora da política. Você é ex-governador, ex-prefeito de Campos e ex-deputado federal. Por que acredita que terá a confiança do eleitorado em um momento como este?
Garotinho: Fui eleito governador em 1998. Ano que vem faz 20 anos. Na época, peguei o estado falido, com salários atrasados, com uma dívida que não tinha sido renegociada com a União. Organizei as finanças públicas, botei os salários em dia. Foi um período em que, com recursos próprios e não com empréstimos, o estado teve mais obras.
A prisão domiciliar a que você chegou a ser submetido não atrapalha essa pretensão?
Isso já foi revogado. E ficou claro que foi um ato desnecessário. Aliás, a Operação Chequinho pode ser definida em duas palavras: vingaça e perseguição, comandadas pelo grupo do Sérgio Cabral.
Cabral e Lula também foram condenados a prisão em primeira instância. Como avalia a condenação deles, comparada à sua própria?
A minha questão é totalmente diferente. É eleitoral. Ninguém me acusa de roubar, de ganhar dinheiro. No caso do Cabral, está materializado. Entrará para a história como o homem que assaltou o trem pagador do Rio. E o Lula, os elementos probatórios contra ele deixam dúvidas, especialmente em relação ao sítio (de Atibaia) e ao tríplex (do Guarujá). Acho que no processo penal existem provas cabais. E não se comprovou, em nenhum dos dois casos, que ele de fato é o proprietário. Agora, outras denúncias, como a de (enriquecimento com) palestras, suscitam a seguinte pergunta: será que não se ultrapassou a linha que separa o público do privado?
O prefeito Crivella (PRB) deve apoiar Indio da Costa (PSD) em 2018. Isso te chateia, já que o PR foi o único partido a apoiar Crivella no primeiro turno em 2016?
Eu tenho enfrentado tantos caciques na minha vida, que não vou ter medo de um Indio. Mas acredito que o Crivella não vá se envolver na eleição. Tem a minha filha (Clarissa) como secretária, filiada ao partido dele. Muita gente da base dele vai querer votar em mim.
Eduardo Paes (PMDB) é o candidato a ser batido em 2018?
Acho que o Eduardo é o candidato a ser preso nos próximos meses.
Por que diz isso?
Serão reveladas algumas situações dele muito constrangedoras, tipo o envolvimento na compra da Olimpíada de 2016.