Rio - Os dois PMs presos acusados de atirar no carro onde estava uma turista espanhola passaram a madrugada desta terça-feira prestando depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DH), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Maria Esperanza Jimenez, 67 anos, foi morta enquanto fazia um passeio na Rocinha. Ela estava acompanhada do irmão, da cunhada, de uma guia e do motorista da companhia turística.
De acordo com a corporação, policiais atiraram contra um carro Fiat Freemont, no Largo do Boiadeiro, após o veículo "romper um bloqueio policial". A PM informou que os militares verificaram que era um carro para transporte de turistas apenas depois da abordagem.
Em depoimento, o motorista e guia que levava os turistas disse que não viu a blitz dos policiais e só ouviu o disparo. Quando percebeu, a espanhola já estava ferida com um tiro na altura do pescoço. Um outro turista também confirmou a informação do condutor de não ter visto a barreira de policiais.
Os três PMs envolvidos na ocorrência foram identificados e tiveram as armas apreendidas e levadas para o Instituto de Criminalistica Carlos Éboli (ICCE). Dois deles, um tenente e um soldado, foram presos. Segundo a PM, o tenente, identificado como David dos Santos Ribeiro, é o autor do disparo que atingiu Maria Esperanza. Ele deixou a DH por volta das 8h desta terça-feira e foi levado à Unidade Prisional da Polícia Militar.
A Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat) auxilia as investigações e o vice-cônsul da Espanha, José Luiz Garcia Mira, acompanha o andamento do caso.
O delegado titular da DH, Fabio Cardoso, disse que todos os detalhes do crime estão sendo apurados. Ele condenou o que chamou de "assassinato". "Uma turista que estava em turismo aqui no Rio ser atingida por um tiro, ser assassinada, é inadmissível e vamos atuar para identificar essa pessoa e colocar na cadeia para que ele responda por essa covardia", disse Cardoso.
Corregedor da PM entrega o cargo ao chefe do Estado Maior
?O corregedor da Polícia Militar, Wanderby Braga de Medeiros, decidiu entregar o cargo ao chefe do Estado Maior da corporação, Lúcio Flávio Baracho, nesta segunda-feira. O motivo do pedido de exoneração foi a transferência da investigação sobre a morte da turista espanhola da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) para a DH. Nos bastidores, há a informação de que ele poderia ter voltado atrás, porém os maiores aliados do oficial garantem que a saída é definitiva.
O DIA Online enviou pedido de nota à assessoria de imprensa da PM mas, até o momento da publicação da reportagem, não obteve resposta.