Rio - Enquanto vereadores discutiam o orçamento da saúde para o ano que vem, em audiência pública tumultuada na Câmara Municipal, o prefeito Marcelo Crivella assinava nesta quinta, em Brasília, a liberação de empréstimo de R$ 650 milhões com a Caixa Econômica. Os recursos serão usados para investimentos na área de infraestrutura.
"Cortamos mais de mil cargos comissionados, reduzimos 20 secretarias e renegociamos contratos. Temos hoje apenas 50% de endividamento da nossa receita corrente líquida", explicou o prefeito. Durante a solenidade do contrato, foi anunciada outra liberação de recursos. Nos próximos dias será firmado novo empréstimo, no valor de R$ 200 milhões, destinado para investimentos na Região Portuária.
No encontro, o prefeito também pediu ao presidente Michel Temer, a municipalização da área do porto, que ainda está sob administração federal. Com a verba, uma das medidas estudadas é remover os galpões do cais da Gamboa para construir uma praça nos moldes do Aterro do Flamengo.
Na cerimônia de assinatura do contrato, o presidente da Caixa Econômica Federal e Crivella também anunciaram uma nova liberação de recursos para a cidade. Nos próximos dias será firmado um outro empréstimo no valor de R$ 200 milhões. O dinheiro vai ser destinado para investimentos na região portuária do Rio.
“O Porto do Rio é um investimento dos trabalhadores do povo brasileiro. Através do fundo de garantia, eles colocaram ali milhões de reais porque viram que há uma vocação extraordinária para a indústria do turismo. Há muitos investimentos que querem receber grandes empresas ali", afirmou Crivella.
Sobre o empréstimo, o presidente da Caixa deixou claro que a capacidade do Rio de Janeiro em tomar empréstimo foi fundamental para a realização da operação. “Esta operação foi possível por conta do esforço e da condição da prefeitura de tomar crédito num momento tão difícil este”, disse Occhi.
O prefeito aproveitou para reivindicar ao presidente Michel Temer a municipalização da área do porto que ainda está sob administração federal. “Aqueles galpões do cais da Gamboa, que estão subutilizados, devem ser removidos. Aquele cais deve se transformar em uma praça, um jardim, uma espécie de Aterro do Flamengo para que os terrenos da Caixa Econômica ganhem um novo valor para atrair mais investimentos, gerando empregos e riqueza e movimentando a economia”, projetou o prefeito.
Na mesma solenidade, o projeto de lei de autoria de Marcelo Crivellla, que foi aprovado quando exercia o segundo mandato como senador — que torna crime hediondo posse ou porte ilegal, o comércio e o tráfico internacional de arma de fogo de uso restrito — foi sancionado pelo presidente Michel Temer.
Orçamento maior
O Sindicato dos Médicos do Rio (SinMed) classificou como "vitória do movimento" a decisão de Crivella de acrescentar R$ 553,5 milhões ao orçamento da saúde de 2018. No entanto, segundo o presidente do SinMed, Leôncio Feitosa, a luta do movimento grevista iniciada ontem pelos médicos irá continuar. "Acreditamos que dá para brigar por um valor ainda maior no orçamento do ano que vem para aprimorar e garantir os atendimentos nas unidades de atenção primária", avaliou. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou ontem que, mesmo com a ausência de alguns profissionais, por conta da greve, os serviços prestados não foram afetados.
Além do reforço no orçamento, a prefeitura também repassou R$ 36,4 milhões às Organizações Sociais para regularizar o salário de setembro dos funcionários. O município ainda abriu crédito de R$ 25,7 milhões para compra de insumos e medicamentos.