Rio - O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), do Ministério Público, instaurou um inquérito que vai investigar as sete mortes e denúncias de lesão corporal, ocorridas em um baile funk durante uma operação conjunta do Exército e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, na Comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, na Baixada Fluminense, no dia 11 de novembro.
Promotores do Gaesp visitaram uma unidade de saúde em São Gonçalo, nesta sexta, para ouvir duas vítimas que estão internadas e uma testemunha. Ainda de acordo o órgão, familiares de uma outra vítima foram ouvidos na quinta-feira.
Parentes de dois homens mortos no episódio classificaram a ação da polícia como "terrorista" e "uma carnificina". Segundo eles, policiais encapuzados chegaram atirando contra os presentes no baile e não teria havido confronto.
"Quem autorizou uma operação para matar um bando de gente? Esse cara é um terrorista amparado pelo poder público", questionou um parente de uma das vítimas. "Foi uma carnificina. Foram lá e saíram matando todo mundo, até morador. Quem corria, eles atiravam. Mataram mais de dez", afirmou outra testemunha.
De acordo com a Polícia Civil, as mortes ocorridas no incidente se deram por "resistência armada de criminosos". A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) vai ouvir os policiais que participaram da ação. Nem o Comando Militar do Leste nem a Polícia Civil informam o motivo da incursão.