Rio - A Viação Nossa Senhora de Lourdes informou, na noite desta segunda, que chegou a um acordo para o pagamento do 13° salário com os funcionários que estiveram presentes à paralisação feita hoje em frente à garagem da empresa, na Zona Norte. A expectativa é que a operação seja retomada nesta terça com o retorno ao trabalho dos rodoviários, que concordaram com o pagamento em quatro parcelas do rendimento.
Mais de 70 mil passageiros das oito linhas da Viação Nossa Senhora de Lourdes foram prejudicados com a paralisação. Dos 400 motoristas da empresa, 396 cruzaram os braços e não deverão voltar às funções tão cedo. A empresa reúne oito linhas em bairros da Zona Norte do Rio, como Méier, Tijuca, Penha, Olaria, Ramos e Vila Isabel.
Dezenas de pessoas esperavam os ônibus, pela manhã. Muitas delas concordaram com as reivindicações dos rodoviários.
Rodoviários reclamam de dupla função
Os rodoviários lembraram que, além de trocador e motorista, eles fazem a função de 'segurança do dinheiro'. "Temos que transportar todo o dinheiro para a empresa no fim do dia. Se faltar dinheiro, eles nos dão uma suspensão de um dia e descontam o valor do nosso salário. Na primeira viagem, vamos sem dinheiro. Se tivermos que dar troco para o passageiro, tiramos do nosso próprio bolso. A partir de agora, os passageiros só vão pagar se tiver R$ 3,40 ou o cartão. Caso contrário, vão entrar pela porta traseira", destacou Sérgio.
Motorista há sete anos, Amanda Cucuo também criticou as 'três funções' que precisa exercer diariamente e reforçou que os profissionais não têm segurança no trabalho. "Tenho que almoçar dirigindo porque não nos dão condições. Nem banheiro químico tenho. Nos planejamentos contando com esse dinheiro, ninguém come parcelado e eu não parcelo minha conta de luz. Não vamos aceitar que a empresa parcele o que é de nosso direito", enfatizou a rodoviária, de 34 anos, que trabalha na linha 679 (Grotão x Méier)
A empresa reúne, ao todo, 700 funcionários. Mas, segundo Fortes, apenas os motoristas aderiram ao ato em frente à garagem da viação, na Penha, Zona Norte. Procurada pelo DIA, o Rio Ônibus disse que o sistema sofre com os impactos diante do não reajuste da tarifa.
"Desde o início do ano, o Rio Ônibus vem alertando que o sistema de transporte por ônibus sofre os impactos com a negativa da prefeitura em reajustar a tarifa, em janeiro, desrespeitando o contrato de concessão. Esse cenário compromete a qualidade do serviço e tem como consequência o risco de fechamento de empresas. O Rio Ônibus defende que uma auditoria independente indique o valor justo da tarifa para a cidade; e está à disposição para o diálogo com o poder público", completou, em nota.