Rio - O Ministério Público do Rio vai analisar cerca de dez mil horas de imagens captadas ao longo de um mês na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, em Bangu 8, onde o ex-governador Sérgio Cabral ficou preso seis meses. O intuito é apurar supostas regalias aos presos da Lava Jato.
De acordo com a coordenadora do grupo, Andréa Amin, o próximo passo é ouvir o secretário estadual de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro Costa Filho, sobre possíveis irregularidades encontradas.
Na sexta-feira, em uma vistoria em Benfica, onde Cabral está preso atualmente, foram apreendidos frios, iogurte e até corda para crossfit na ala da Lava Jato. "Pode ser usada inclusive para enforcar algum desafeto. Por isso é proibida", afirmou Amin. A promotora também disse que na galeria dos presos da Lava Jato há colchões sem uso, enquanto em outros andares eles estão em falta. Além disso, que na ala feminina, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo conta "com um colchão mais grosso e confortável". Já a ex-governadora Rosinha Garotinho, não.
A ala feminina para presas com curso superior foi criada há pouco tempo. Os promotores querem saber o intuito. "Existe uma margem de discricionariedade do secretário nessa decisão. Mas é preciso saber se foi para beneficiar a ex-primeira-dama para o caso de ser presa, além de outras mulheres do grupo que está preso", declarou a promotora.
O Ministério Público Federal aguarda o relatório para avaliar se pede a transferência de Cabral para presídio federal.
Garotinho
O ex-governador Anthony Garotinho foi transferido para o Complexo Penitenciário de Bangu na última sexta-feira, após alegar ter sido agredido na sua cela. A Seap entregou imagens que não mostram alterações na cela.
O delegado responsável pelo caso, Wellington Vieira, disse que vai pedir uma perícia na gravação para averiguar se ela foi editada.
Erramos: diferente do que foi publicado às 7h, o Ministério Público informou que as imagens analisadas serão de Bangu 8 e não as de Benfica. Matéria atualizada às 16h05