Por gabriela.mattos
Rio - O traficante Rogério Avelino de Souza, o Rogério 157, sabia da megaoperação das forças de segurança na Mangueira, Zona Norte do Rio, realizada manhã desta quarta-feira. A informação foi confirmada pela delegada da 13ª DP (Ipanema), Cristiana Bento. Segundo ela, o criminoso pensou que os policiais não fossem atuar também na Favela do Arará e tentou se esconder na comunidade.
"Ele mesmo disse que não esperava. Ele sabia que teria uma operação e pensou que ninguém ia no Arará por ser uma comunidade pequena. Ele disse: 'Não, eles não virão aqui'", explicou Cristiana.
Rogério 157 chefiava o tráfico de drogas na RocinhaSeverino Silva / Agência O Dia

A delegada lembrou ainda que o traficante chegou à favela por volta das 3 horas da manhã desta quarta, vindo da Mangueira. "Ele não esperava que a operação moveria 3 mil homens até o Arará", reforçou.  A delegada Cristiana Bento preferiu não comentar a suspeita de que informações sobre a operação vazaram.

O delegado Gabriel Ferrando, da 12ª DP (Copacabana), que também participou da ação, negou a informação de que Rogério sabia do trabalho dos policiais. "Se ele soubesse, teria fugido. Mas ele foi preso sem armas e sem seguranças", ressaltou.

Prisão de Rogério 157

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Um dos mais procurados do estado, o traficante foi preso na manhã desta quarta-feira. Rogério foi levado por 20 policiais da 12ª DP (Copacabana) e da 13ª DP (Ipanema) para a Cidade da Polícia. Ele ficará preso em Bangu 1, mas não está descartada sua transferência para um presídio federal em outro estado. 

Os agentes contaram que o traficante foi encontrado em uma casa que já estava sendo monitorada pela polícia. Ele fugiu para outra casa na comunidade. Rogério tentou se esconder com um cobertor em uma cama e se identificou como Marcelo, que seria primo da dona da casa. A imóvel em que Rogério 157 foi preso fica a 200 metros da Cadeia Pública de Benfica, onde o ex-governador Sérgio Cabral está preso.

Os policiais começaram a fazer perguntas e Rogério acabou caindo em contradição. O traficante não soube responder, por exemplo, qual o nome do pai da dona da casa. Depois, o traficante disse que "em 20 minutos resolveria tudo". Ao perceber a tentativa e suborno, um policial chamou o delegado Gabriel Ferrando, que coordenava a ação, e a prisão foi efetuada.

Investigações

As investigações começaram há dois meses, quando os policiais mapearam os possíveis esconderijos do traficante. O delegado Ferrando contou que Rogério estava com aparência "um pouco diferente" e que ele teria tentado apagar uma cicatriz no braço para dificultar seu reconhecimento.
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O delegado ainda elogiou a operação realizada em conjunto com as forças de segurança. "É uma vitória nossa diante de todas as dificuldades que passamos. A polícia continua dando seu sangue. Queria enaltecer todos os policiais que arriscam suas vidas no Rio", reforçou. 
O Disque Denúncia informou que havia recebido mais de 400 denúncias sobre o traficante. O Portal dos Procurados oferecia uma recompensa de R$ 50 mil por informações sobre o acusado.