Rio - A Polícia Civil vai abrir investigação para apurar a morte do aposentado João Lopes Pina, de 72 anos. Portador de um problema respiratório crônico, ele morreu na sexta-feira, após ficar sem o aparelho para respirar por falta de energia em casa, em Bonsucesso, por dois dias. O delegado Wellington Vieira, da 21ª DP (Bonsucesso), decidiu abrir o procedimento após a história ser revelada no site do DIA ontem.
Diversas áreas continuam sem luz, desde o temporal de quarta-feira passada. O delegado quer entender porque a Light não resolveu a falta de luz na casa e porque a Comlurb não retirou árvores sobre as fiações. "Nessa briga da Light com a Comlurb o que sobrou para mim foi o atestado de óbito do meu marido", lamenta a viúva Maria Ivanilda do Nascimento, de 63. A família contou que pediu ajuda várias vezes à Light e à Comlurb mas que nada foi feito. Ontem a residência ainda permanecia sem luz. No entanto, após a publicação da reportagem, a Light resolveu o problema.
"Assim que vi a matéria agendei os depoimentos. Precisamos entender a causa da morte, o motivo da demora da volta da energia. Além disso, a família diz que parou um carro da Light, e os funcionários pediram dinheiro para fazer o serviço. Caso comprovados os crimes, os responsáveis poderão responder por homicídio", disse o delegado.
Segundo Maria Ivanilda, após a queda da energia, o esposo começou a passar mal e foi levado para o hospital e, voltou para casa na quinta. Na sexta, após a família dizer ter parado vários carros da Light e Comlurb para retomar a energia, ele teve outra crise respiratória e morreu.
A Light respondeu que, às 19h11 de sexta, a cliente Carla Costa, sobrinha de João Lopes, fez o primeiro contato para informar que estava sem energia e que, naquele momento, seu tio já tinha falecido. A empresa acrescentou que a residência não estava cadastrada como cliente que usa equipamento vital. A Comlurb informou que os galhos sobre a fiação foram retirados na sexta.