Rio - Policiais do Batalhão de Choque (BPChq) realizam, desde a manhã desta segunda-feira, uma operação policial na Favela Vila Kennedy, em Bangu, na Zona Oeste da cidade. Tiros assustaram moradores da comunidade logo na chegada da PM.
"Ninguém merece, minha filha tá na escola", escreveu um morador numa rede social na internet. Segundo páginas do Facebook da região, houve registro de tiros nas localidades Manilha, Congo e Barrão.
Por volta das 14h10, através de nota, a Polícia Militar garantiu que não houve confronto envolvendo homens do Choque e disse que não há informações sobre feridos. O motivo da operação também não foi informado.
Favela alvo de ação das Forças Armadas
Em 14 dias, a Vila Kennedy foi alvo ao menos quatro operações, três delas feita pelas Forças Armadas. O estopim foi a morte do sargento do Exército Bruno Albuquerque Cazuca, ocorrida em um arrastão na madrugada do dia 20 de fevereiro na Estrada Rio-São Paulo, em Campo Grande.
Uma operação na manhã seguinte recuperou a arma do militar na Vila Kennedy e os responsáveis pelo crime foram apontados como criminosos da favela. Na madrugada do dia 21, o subcomandante da UPP local foi assassinado na Freguesia, na Zona Oeste, horas após entregar na Delegacia de Homicídios a arma do sargento do Exército que foi recuperada. Segundo a polícia, ele reagiu a uma tentativa de roubo quando esperava um lanche em um drive-thru de uma rede de fast food.
Nos dias seguinte as Forças Armadas realizaram quatro operações na comunidade. A primeira delas, no dia 23, ocorrida também nas favelas da Coréia e Vila Aliança, causou polêmica após os militares "ficharem" os moradores, tirando fotos de seus rostos junto ao documento de identidade. O Comando Militar do Leste (CML) disse que o procedimento é "legal" e feita regularmente. A OAB repudiou a ação e oficiou o interventor federal após o episódio.
As operações contaram com milhares de militares, que destruíram barricadas do tráfico de drogas e revistaram veículos e moradores. No último sábado, cinco pessoas foram presas, duas por desacato e desobediência. Outras duas pessoas foram presas em flagrante por posse de drogas e uma tinha mandado de prisão em aberto. Horas após a operação, as barricadas destruídas foram colocadas novamente pelo tráfico.