Rio - Aquela sensação de ter os olhos queimando e lacrimejando, com coceira frequente, é sinal de conjuntivite, que tem aumento de cerca de 40% dos casos nessa época de verão. Na cidade do Rio, a doença já é considerada surto e, por conta disso, a prefeitura fez um alerta em todas as unidades de saúde para intensificar o atendimento.
Por ser altamente contagiosa, é comum a disseminação da doença em núcleos familiares e ambientes de trabalho. Portanto, quem contrai conjuntivite é obrigado a entrar de licença médica, como é o caso do professor universitário Gutenberg Barbosa, de 55 anos, morador do Jardim Botânico.
"Quando saí do trabalho, meu olho direito começou a doer muito e reparei que estava vermelho. Depois começaram os sintomas: coçar, lacrimejar e a sensação de areia dentro do olho. Quando fui ao oftalmologista, a doença já tinha passado para o olho esquerdo", contou Gutenberg, que está em casa, de licença, sem poder dar aulas.
No Instituto de Oftalmologia do Rio de Janeiro, após o Carnaval foi constado aumento em 30% nos casos de conjuntivite. Segundo o sócio do instituto e médico oftalmologista, Gustavo Bonfadini, antes, o consultório recebia cerca de 10 pacientes por dia com a doença. "Nas últimas três semanas, o número aumentou para 14 pacientes no consultório diariamente", disse o médico.
Na Baixada Fluminense, a moradora de Nova Iguaçu, a recepcionista Aparecida da Conceição, 52, perdeu a conta de quantos vizinhos foram vítimas de conjuntivite. "Aqui tem muita gente com esse problema. No meu caso, começou com minha filha e passou para mim. Foi horrível, tive hemorragia na vista, coçava e doía demais. Evitei o máximo de contato, mesmo assim meu filho acabou pegando depois de mim", detalhou a Aparecida.
Em São Gonçalo, a diarista Vicença Pereira, 48, também teve complicação da doença. "Fiquei com os dois olhos ardendo e coçando. Me deu até febre e dor de cabeça. Fiquei uma semana sem trabalhar", destacou.
A conjuntivite não faz parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória, o que dificulta a mensuração do número de casos nos estados. Para esclarecimentos da doença, a Prefeitura do Rio disponibiliza o site www.prefeitura.rio/web/sms, que também tem o endereço das unidades de saúde para atendimento.