Operação de Ordem Urbana remove barracas de praça da Vila Kennedy. Policiais do 14º BPM (Bangu) e da UPP trabalhando em conjunto com a Seop - agência estado
Operação de Ordem Urbana remove barracas de praça da Vila Kennedy. Policiais do 14º BPM (Bangu) e da UPP trabalhando em conjunto com a Seopagência estado
Por O Dia

Rio - As forças de segurança voltam a realizar, pelo terceiro dia seguido, uma operação na Vila Kennedy, na Zona Oeste, na manhã desta sexta-feira. A ação tem a participação de 1.400 militares das Forças Armadas e agentes da Polícia Civil, que buscam cumprir mandados de prisão contra criminosos que atuam na favela.

De acordo com o Comando Conjunto e a Secretaria de Segurança Pública, sob coordenação do Gabinete de Intervenção Federal, a ação dos militares envolve cerco, estabilização dinâmica da área e reforço no patrulhamento ostensivo. Obstáculos colocados pelo tráfico devem ser retirados mais uma vez, já que quando as forças deixam o local, elas são colocadas novamente.

As Forças Armadas têm o apoio de meios blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia. Algumas ruas e acessos nessas áreas podem ser interditados e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos.

A Prefeitura do Rio coordena uma ação integrada com vários órgãos para o ordenamento urbano na Vila Kennedy, na manhã desta sexta-feira. A operação ocorre em apoio às operações das forças militares que atuam na cidade. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), Guarda Municipal do Rio (GM-Rio), Coordenadoria de Gestão dos Espaços Urbanos (Cgeu), Secretaria de Conservação do Meio Ambiente (Seconserma), Light, RioLuz, Cedae, Comlurb e Polícia Militar estão no local.

Igreja é alvo de arrastão na favela

Na noite desta quinta-feira, a Paróquia Cristo Operário e Santo Cura D'ars, na Favela da Vila Kennedy, foi alvo de assaltantes por volta das 20h . Os relatos informam que cerca de três bandidos invadiram a igreja e abordaram cerca de 40 fiéis e o padre, que estavam reunidos para uma celebração.

"Saíram tranquilamente e seguiram sentido Avenida Brasil", conta uma vítima. Os relatos foram publicados na página "Voz da Vila Kennedy". Os bandidos teriam entrado no local encapuzados e recolhido dinheiro e celulares dos fieis. "Todos os moradores estão bem", disse um internauta.

Idoso morto por bala perdida

No último domingo, um idoso morreu após ser vítima de uma bala perdida em uma troca de tiros na Vila Kennedy. Valdir Vieira da Silva, de 66 anos, estava na localidade conhecida como bairro 13 quando foi ferido durante um confronto entre traficantes e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Segundo moradores, ele teria sido baleado na cabeça.

Uma mulher, que não teve o nome divulgado pela polícia e que teria 40 anos, também ficou ferida, só que na coxa esquerda. As duas vítimas chegaram a ser levadas para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Valdir morreu na unidade e a mulher recebeu alta após o atendimento, informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Favela alvo de ação das Forças Armadas

A Vila Kennedy tem sido alvo de várias operações, a maioria delas com participação das Forças Armadas. O estopim foi a morte do sargento do Exército Bruno Albuquerque Cazuca, ocorrida em um arrastão na madrugada do dia 20 de fevereiro na Estrada Rio-São Paulo, em Campo Grande.

Uma operação na manhã seguinte recuperou a arma do militar na Vila Kennedy e os responsáveis pelo crime foram apontados como criminosos da favela. Na madrugada do dia 21, o subcomandante da UPP local foi assassinado na Freguesia, na Zona Oeste, horas após entregar na Delegacia de Homicídios a arma do sargento do Exército que foi recuperada. Segundo a polícia, ele reagiu a uma tentativa de roubo quando esperava um lanche em um drive-thru de uma rede de fast food.

Nos dias seguinte as Forças Armadas realizaram quatro operações na comunidade. A primeira delas, no dia 23, ocorrida também nas favelas da Coréia e Vila Aliança, causou polêmica após os militares "ficharem" os moradores, tirando fotos de seus rostos junto ao documento de identidade. O Comando Militar do Leste (CML) disse que o procedimento é "legal" e feita regularmente. A OAB repudiou a ação e oficiou o interventor federal após o episódio.

As operações contaram com milhares de militares, que destruíram barricadas do tráfico de drogas e revistaram veículos e moradores. No último sábado, cinco pessoas foram presas, duas por desacato e desobediência. Outras duas pessoas foram presas em flagrante por posse de drogas e uma tinha mandado de prisão em aberto. Horas após a operação, as barricadas destruídas foram colocadas novamente pelo tráfico.

Nesta segunda-feira, o Exército antecipou que voltaria à comunidade para fazer uma nova retirada dos obstáculos colocados por traficantes após a saída dos militares da favela. A informação foi confirmada pelo coronel Carlos Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste.

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