Crivella lamentou o ocorrido e considerou ter havido o uso desproporcional da força por parte dos agentes municipais. Prefeito se reuniu com moradores e comerciantes da Vila Kennedy - Alexandre Brum
Crivella lamentou o ocorrido e considerou ter havido o uso desproporcional da força por parte dos agentes municipais. Prefeito se reuniu com moradores e comerciantes da Vila KennedyAlexandre Brum
Por PALOMA SAVEDRA

Rio - Depois de terem seus quiosques destruídos em uma ação da Secretaria de Ordem Pública (Seop), considerada "desproporcional" pelo próprio prefeito Marcelo Crivella, os cerca de 50 comerciantes da Praça Miami, na Vila Keneddy, poderão voltar a trabalhar nesta segunda-feira, de forma provisória, até que sejam legalizados. Enquanto isso, os espaços para os vendedores exercerem as atividades serão reconstruídos. E, neste domingo, a Secretaria de Desenvolvimento e Emprego começa a cadastrar os vendedores para processo de licenciamento. A secretária da pasta, Clarissa Garotinho, informou que também estuda projetos para a capacitação profissional deles.

O retorno às atividades foi acordado, neste sábado, em reunião entre Crivella e os comerciantes, que ocorreu no Palácio da Cidade, em Botafogo. Na ocasião, o prefeitro prometeu ainda criar linha de crédito especial para o grupo. Além disso, um projeto com os novos quiosques de alvenaria foi exposto aos presentes.

"Eles serão reassentados na praça, e os que não couberem, em locais próximos. É bom lembrar que ali existe um mercado e cabe a nós legalizar. Muitos perderam equipamentos... Então, a prefeitura vai lançar programa para que tenham linha de crédito e se restabeleçam", disse.

Sobre a ação no local, Crivella deixou claro que haverá punições. "Servidores serão afastados", cravou o prefeito, que amenizou: "Atividades de rotina como a que ocorreu lá são realizadas até sem o conhecimento do secretário. E a rotina que foi feita ali é feita na cidade toda. Mas naquela dimensão é que surpreendeu".

"Vamos voltar devagar ao trabalho, com as tendas provisórias da prefeitura. E estimo que em dois meses podemos voltar com força, depois de tudo se restabelecer", opinou o comerciante Leonardo Correia, que teve sua barraca de açaí destruída.

Neste sábado, a Comlurb recolheu escombros dos quiosques e tirou mato da praça onde está a réplica estátua da Liberdade.

"Eu vivia do meu trailer e hoje eu acordei sem ter o pão para minha filha. Quanto mais rápido implementarem esse projeto, para mim e para os meus colegas, será melhor", desabafou a comerciante Érika.

"Perdi tudo. Agora estamos tentando conversar com a Prefeitura para vê o que pode ser feito. Muitos ficaram desempregados, alguns pagam aluguel... Temos pressa para que isso seja resolvido logo, mas não sabemos quando será iniciado", comentou o também comerciante Júlio Cesar dos Santos.

Região receberá patrulhamento diário do Exército

As Forças Armadas iniciaram na manhã deste sábdo o patrulhamento diário na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio. De acordo com o Comando Militar do Leste (CML) que responde pela intervenção federal na Segurança Pública do Rio cerca de 300 militares serão empregados a cada dia.

A ação faz parte de uma sequência de operações que tem como objetivo oferecer reforço ao patrulhamento ostensivo realizado pela Polícia Militar na região. Durante o período diurno, as rondas serão feitas pelos militares simultaneamente às promovidas pela PM. Já no período noturno, a atribuição ficará a cargo apenas dos policiais.

Por meio de nota, o CML informou que outras medidas poderão ser adotadas, como "cerco, estabilização da área e remoção de obstáculos, assim como o cumprimento de mandados judiciais pela Polícia Civil". Algumas ruas e acessos também poderão ser interditados.

Caso haja necessidade, determinados setores do espaço aéreo serão controlados, com restrições dinâmicas para aeronaves civis, sem interferência nas operações dos aeroportos.

Você pode gostar
Comentários