Matheus Melo Castro foi morto a tiros após deixar a namorada no Jacarezinho. A família acusa policiais -    Estefan Radovicz / Agência O Dia
Matheus Melo Castro foi morto a tiros após deixar a namorada no Jacarezinho. A família acusa policiais Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por O Dia

Rio - A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) determinou a abertura de uma investigação interna sobre a morte de Matheus Melo Castro, de 23 anos, na noite desta segunda-feira. A família acusa policiais militares de terem atirado contra o rapaz após ele sair da Favela do Jacarezinho, onde havia acabado de deixar a namorada após voltarem da igreja. Ele foi atingido por pelo menos dois disparos, um no tórax e outro no braço esquerdo.

Segundo a PM, o procedimento interno vai tentar descobrir se houve realmente participação de policiais na morte do jovem e de qual UPP eles pertenceriam. A Avenida Dom Hélder Câmara, onde aconteceu o crime, é coberta tanto pelas UPPs Jacarezinho e Manguinhos — que são ligadas aos 3º e 22º BPMs, respectivamente —, além de ter a Cidade da Polícia Civil.  

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os policiais da UPP Manguinhos ficaram sabendo da morte de Matheus através do 190 e seguiram para a UPA da comunidade, onde ele já chegou morto. O comando da unidade diz que os PMs não participaram de nenhum confronto na região. Pouco tempo depois, um ônibus foi incendiado na Avenida dos Democráticos e a base da UPP foi atacada a tiros por criminosos. A UPP Jacarezinho também nega envolvimento em tiroteios na favela. 

A Delegacia de Homicídios (DH-Capital) também investiga o caso. Agentes estão em busca de imagens de câmeras de segurança e testemunhas que possam ajudar na identificação dos autores dos disparos que mataram Matheus.

Comissão de Direitos Humanos da Alerj vai acompanhar o caso

A família de Matheus esteve na manhã desta terça-feira no Instituto Médico-Legal (IML), onde aguardava a liberação do corpo, que deve ser enterrado nesta quarta-feira no Cemitério da Penitência, no Caju. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputado Marcelo Freixo, falou com uma das tias da vítima por telefone. Membros da comissão vão acompanhar o caso.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou que Matheus trabalhava no campus Manguinhos desde 2013 como agente de coleta seletiva. Ele era terceirizado e contratado através do Departamento de Gestão Ambiental. 

Segundo parentes de Matheus, ele morava em Higienópolis e voltava de um culto na Igreja Missão de Fé, em Manguinhos, após deixar a namorada no Jacarezinho. 

Matheus trabalhou até os 17 anos em um lava-jato e meses depois foi contratado como terceirizado da Fiocruz, onde estava há quase seis anos. Ele era formado em segurança do trabalho e muito ligado à família. O jovem também era obreiro na Igreja Missão de Fé e estava coordenando um encontro na igreja horas antes de ser morto.

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