Seleção vai participar da Copa América,enfrentando Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia e Paraguai - FOTOS Alexandre Brum / Agencia O Dia
Seleção vai participar da Copa América,enfrentando Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia e ParaguaiFOTOS Alexandre Brum / Agencia O Dia
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Eles são pequenos no tamanho, mas gigantes com a bola nos pés. Os sete anões do Rio de Janeiro que formam a base da inédita Seleção Brasileira de Futebol de Anões (Brasa), modalidade society, se preparam para encarar competições internacionais.

Com estaturas de até 1,40 metro, e idade em torno dos 25 anos, os craques já disputam amistosos. E esperam ser reconhecidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como integrantes da primeira seleção de portadores de nanismo condição genética que provoca deficiência no crescimento , formada ainda por jogadores do Pará e São Paulo.

Em ano de Copa do Mundo, os atletas já treinam empolgados para a Copa América, em outubro, na Argentina. A competição reunirá também equipes do Paraguai, Chile, Colômbia e Bolívia. O elenco, que não está nem aí quando a torcida classifica o grupo de "timinho", ou canta, na entrada em campo, o clássico adaptado de Branca de Neve ("eu vou, eu vou, 'pra quadra' agora eu vou..."), também está em entendimentos com a CBF para a primeira Copa do Brasil de Futebol de Anões. A competição, provavelmente em setembro, terá jogos no Rio, Belém e São Paulo.

Para participar dessas competições, os baixinhos tentam primeiro driblar vários obstáculos. O principal, a falta de recursos para manter o plantel de 13 atletas; comprar uniformes e materiais esportivos; cobrir gastos com alimentação, passagens aéreas, hospedagens e contratação de um preparador físico, apto a lidar com baixa estatura.

"Perseguimos ainda outro sonho, que é o reconhecimento do futebol de pessoas com nanismo junto ao Comitê Paralímpico Internacional e Brasileiro. Pleiteamos nossa inclusão como modalidade esportiva paralímpica", ressalta Bruno dos Santos, de 23 anos, atacante, camisa 10 do Carioquinhas, cujo time principal é formado ainda pelo goleiro Carlos; o zagueiro Oromar; os meias Vinícius, Cesinha e Daniel Lequinho; além do também atacante Yuri Pitanga.

Daniel Cavalcanti, o Lequinho, conta que sempre tentou ser jogador profissional, mas era discriminado nas escolinhas. "A seleção é um sonho de criança pra nós", resume. "É a chance de mostrarmos ao mundo que somos grandes em muitas funções", completa César Araújo, o Cesinha.

"Os jogadores são dedicados. Esperamos conseguir patrocínios para nossos objetivos", diz o técnico Rodrigo da Silva, o Guido. As regras no futebol de anões são as mesmas das tradicionais, com exceção das traves, adaptadas para 1,45 m de altura. Estima-se que o Brasil tenha cerca de 20 mil pessoas com nanismo, reconhecido como deficiência física no país desde 2004, o que garante direitos especiais.

APOIO
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A ideia da seleção de anões nasceu em 2015, com José Carlos Rosário, do Instituto de Integração e Desenvolvimento Estudantil Profissional (IIDEP), Ong de esporte inclusivo. "O apoio da escritora Silvia Muñoz, mãe de Facundo Rojas, portador de nanismo e fundador da seleção de anões argentinos, foi fundamental", lembra Rosário.
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