Execuções de Marielle e Anderson mobilizaram a população, como no ato de 18 de março, na Linha Amarela - Severino Silva
Execuções de Marielle e Anderson mobilizaram a população, como no ato de 18 de março, na Linha AmarelaSeverino Silva
Por Bruna Fantti

Durante duas horas, pessoas se revezaram para protestar contra o preconceito e falar sobre a memória da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados na quarta-feira. "Ela almejou estar nesse lugar. Basta de preconceito. Mexeu com uma, mexeu com todas. Vamos todas usar o turbante com o orgulho", disse uma das organizadoras.

Um cordão de mulheres, negras e 'crias' da comunidade - como Marielle -, liderou cerca de duas mil pessoas em ato pacífico na tarde de ontem que percorreu trechos da Linha Amarela e da Avenida Brasil, na altura da Maré.

"Eu, pelo menos enquanto estiver viva, vou pedir por justiça. Minha irmã era sorriso, guerreira, era a dançarina de funk, a vereadora que todo mundo conheceu. Espero que a gente possa ter justiça. Ela era mais uma negra, mais uma favelada que incomodou algo ou alguém. A gente espera que esse alguém seja descoberto", afirmou Anielle Franco, irmã da vereadora.

Além de moradores da Maré, estavam presentes amigos e políticos, como os deputados Marcelo Freixo (Psol) e Alessandro Molon (PSB) e a namorada da vereadora, Mônica Benício.

Faixas foram estendidas em casas e passarelas da Linha Amarela com os dizeres "Marielle Franco Presente" e "Vidas faveladas importam". Mônica vivia há um ano com a vereadora. Elas moravam numa casa na Tijuca, para onde a vereadora ia quando foi assassinada.

Os atores Camila Pitanga e Débora Bloch também foram à manifestação. A todo momento, o gritos "Marielle, presente, hoje e sempre" e "Marielle, presente! Anderson, presente!" eram evocados. Uma missa no início da noite encerrou a manifestação.

Outra manifestação está sendo organizada para amanhã. O ato vai sair da Candelária, no Centro do Rio, e se dirigir à Cinelândia, onde vai acontecer um ato inter-religioso, a partir das 19h. Também amanhã, organizações não-governamentais (ONGs) usarão a tribuna do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para exigir uma resposta sobre a morte da ativista.

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