Na foto, prédio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) atingido por disparos durante tiroteio na Avenida Presidente Vargas -  Estefan Radovicz / Agência O Dia
Na foto, prédio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) atingido por disparos durante tiroteio na Avenida Presidente Vargas Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por JONATHAN FERREIRA

Rio - Um tiroteio em plena Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, assustou quem passava pela movimentada região na manhã desta segunda-feira, após um roubo à loja da Claro, perto da Avenida Passos. Homens em duas motos que tinham acabado de trocar tiros com o segurança do estabelecimento não obedeceram a ordem de parar de policiais do Centro Presente e atiraram, iniciando uma perseguição e troca de tiros. O inspetor da Real Auto Ônibus Luís Carlos Pereira Viana, de 60 anos, foi baleado e a acabou morto. Uma passageira que estava no ponto de ônibus também foi ferida, além de um segurança da loja roubada.

"Ele conversava comigo sobre violência, mas a preocupação era com assaltos. Nunca imaginamos que pudesse ter troca de tiros em plena Central do Brasil", lamentou Luiz Célio da Silva Filho, sobrinho da vítima, que deixa mulher e dois filhos, que são de Sapucaia.

Luís Carlos se dividia entre Sapucaia e o Rio. Ele trabalhava no ponto final de ônibus na Leopoldina, e havia sido transferido há cerca de dois meses para o terminal da Central do Brasil. A irmã da vítima está a base de calmantes e o pai, de 80 anos, ainda não foi informado da morte.

A diarista Aparecida Santos, de 45 anos, tinha desembarcado do ônibus e seguia para o trabalho quando começou o tiroteio. "Foi horrível. Escutei os tiros e tentei correr, foi quando percebi que meu pé estava sangrando, pois havia sido atingida. Uma pessoa que passava pelo local me ajudou. Fui trazida ao hospital pelos agentes do Centro Presente", comentou a vítima.

Diarista Aparecida Santos, de 45 anos, foi atingida durante tiroteio no Centro do Rio - Jonathan Ferreira / Agência O Dia

Os criminosos roubaram a loja da Claro, por volta de 8h30, e fugiam quando o segurança do estabelecimento atirou contra eles, iniciando o confronto. O vigilante acabou baleado. Mais à frente, policiais do Centro Presente tentaram interceptar as duas motos, que seguiam no sentido Zona Norte, quando eles reagiram atirando. Os bandidos voltaram a atirar contra uma viatura parada na altura do terminal rodoviário da Central do Brasil, atingindo duas pessoas que foram socorridas imediatamente para o Hospital Souza Aguiar, a poucos metros do local. O inspetor Luís Carlos Pereira Viana, 60 anos, acabou não resistiu e morreu antes de dar entrada na unidade. Já o vigilante Jorge Bastos Silva, 35 anos, e Aparecida dos Santos, 46 anos, que estava no ponto de ônibus, têm estado de saúde estável.   

"Um deles desembarcou da moto e foi na loja da Claro. Ele saiu da loja correndo e com uma mochila. O segurança da loja mandou ele parar, mas o criminoso continuou correndo. O segurança atirou no suspeito, e nesse momento o bandido sacou uma arma e revidou. Foi uma correria grande, pois foram disparados cerca de 50 tiros. Eu corri para dentro da banca de jornal para me proteger, muitas pessoas se aglomeraram dentro da estação do metrô. Os agentes do Centro Presente foram acionados, e na fuga, os bandidos atingiram duas pessoas na altura da Central do Brasil", comentou uma das testemunhas.

De acordo com o 5º BPM (Praça da Harmonia), buscas estão sendo realizadas na região. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado para o local, mas os feridos já haviam sido socorridos. Uma outra pessoa contou que a ação foi muito rápida. "Foi uma correria grande, pois dispararam muitos tiros. Nunca vi uma situação como essa. Depois que os bandidos fugiram, o segurança da loja encontrou a mochila cheia de celulares", contou a testemunha.

Bolsa com os celulares roubados da loja da Claro caiu na fuga dos bandidos - Divulgação

Segundo o Centro Presente, na bolsa havia 42 aparelhos telefônicos que tinham sido roubados da loja da Claro. Eles também deixaram cair na fuga um carregador intacto de pistola 9mm.

Através das redes sociais, muitas pessoas que passavam na Avenida Presidente Vargas falaram sobre o pânico causado pelo tiroteio. "Até quando estaremos a mercê desta violência, quanto ódio gratuito senhor, tiroteio em plena Presidente Vargas a essa hora da manhã. Obrigada Senhor por mais um livramento", escreveu uma jovem que passava pelo local de ônibus.

"Tiroteio no Centro do Rio, em plena Presidente Vargas, por volta das 8:30 da manhã. Muito tiro. A situação ta muito braba!", falou outro internauta. "Passei de van justo no momento do tiroteio, todos se jogando ao chão", relatou outro.

Em nota, a Claro confirmou o assalto e informou que a operadora 'reforça que está à disposição das autoridades e colabora para a investigação do caso'.

A Polícia Civil foi acionada e uma perícia será realizada na cena do crime. Por conta da morte, a Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital) vai assumir as investigações. Em nota, a Real Auto Ônibus lamentou a morte de seu inspetor Luís Carlos. A empresa está prestando toda assistência à família da vítima.

Colaborou Adriano Araujo

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