O dono do Bar Bip-Bip, popularmente conhecido como Alfredinho, de 74 anos - Reprodução Facebook
O dono do Bar Bip-Bip, popularmente conhecido como Alfredinho, de 74 anosReprodução Facebook
Por JONATHAN FERREIRA

Rio - Uma roda de samba, em um dos redutos mais conhecidos da boêmia carioca, terminou em bate-boca e na 14ª DP (Leblon). O motivo: uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada quarta-feira no Estácio. No atentado, o motorista dela, Anderson Gomes, também morreu. O dono do Bar Bip-Bip, em Copacabana, Alfredo Jacinto Melo, 74 anos, conhecido como Alfredinho e um policial rodoviário federal, de 57, passaram o fim da noite de domingo na delegacia. A conduta do agente será investigada pela Corregedoria da PRF. 

Segundo testemunhas, a confusão começou quando Alfredinho pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e falou sobre um ato previsto para ocorrer nesta terça na Candelária. Um agente da Polícia Rodoviária Federal que estava no local à paisana, como frequentador, teria começado a gritar palavras de ordem e a ofender os músicos e frequentadores do bar.

"As pessoas que estavam no bar não entenderam o que estava acontecendo. Ele (o agente da PRF) disse que o Alfredinho tinha que falar dos policiais e de todo mundo que morre no Rio", explicou o advogado Rodrigo Mondengo, que representa o dono do bar.

Segundo Mondego, o agente estava no local a convite de um amigo e havia consumido bebida alcóolica. O policial teria sido vaiado pelo público e trocado ofensas com algumas pessoas. Após o bate-boca, o agente da PRF e o amigo pagaram a conta e foram embora. Mondengo disse, ainda, que o agente da PRF voltou ao local trinta minutos depois, exibindo uma arma e ameaçando de morte alguns frequentadores.

A PM foi acionada, e o agente da PRF e o dono do bar foram encaminhados à delegacia. Mondengo contou que o caso foi registrado como lesão corporal, pois o agente da PRF relatou ter sofrido agressão no estabelecimento. "O Alfredinho trabalha no local há 35 anos e nunca teve que ir à delegacia por questões do bar", lamentou o advogado que prometeu acionar o Ministério Público Federal para que sejam investigados os crimes de ameaça, abuso de autoridade e porte de arma sob efeito de álcool.

Procurada, a PRF emitiu nota com os seguintes esclarecimentos: "Uma equipe da PRF foi acionada para verificar a informação e avaliar a conduta do policial. Os envolvidos foram ouvidos na delegacia e a investigação ficará sob responsabilidade da Polícia Civil. Inicialmente, não houve nenhum registro de comportamento que configure desvio de conduta funcional, representando tão somente atitudes e opiniões pessoais do servidor. Ressa que opiniões e atitudes da vida privada dos servidores não representam o posicionamento da instituição. A PRF solidariza-se com os familiares da vereadora assassinada, assim como de todas as vítimas da violência, e não medirá esforços para auxiliar na prisão dos envolvidos no caso".

 

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