Por CÁSSIO BRUNO

Rio - A delegada da Polícia Federal Carla de Melo Dolinski admitiu irregularidades na condução das investigações na Operação Chequinho. A ação levou à prisão o ex-governador Anthony Garotinho (PRP). No depoimento, em 21 de novembro de 2016, em Campos, Carla acusou o promotor do caso Leandro Manhães de tentar interferir no inquérito policial.

Então chefe da PF em Campos, Carla afirmou que houve prisões ilegais e coação de testemunhas por dois delegados subordinados a ela para dar andamento à apuração dos fatos.

O depoimento da delegada foi divulgado ontem pelo SBT Rio e confirmado pelo DIA. Garotinho é um dos investigados sob acusação do uso do programa social Cheque Cidadão para compra de votos em 2016.

"Que (Carla) gostaria de registrar que pelas provas que teve acesso acredita que realmente tenha havido o uso indevido do programa Cheque Cidadão para a obtenção de votos, mas a declarante (Carla) discorda dos meios que foram utilizados para a comprovação dos fatos", escreveu o atual titular da PF, delegado Gabriel Duarte de Souza, sobre as declarações dela.

Procurada pelo DIA, Carla desconversou: "Eu não tenho condições de dizer nada. Achei que nunca seria ouvida e, agora, prefiro esperar".

No mês passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski suspendeu o julgamento do processo em segunda instância contra Garotinho, pré-candidato ao governo. O caso só será retomado após análise do pedido de suspeição feito pela defesa de Garotinho contra Leandro Manhães. O promotor não foi encontrado.

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