Rio - A Copa do Mundo na Rússia começa no dia 14 de junho, mas o comércio já deu o chute inicial para que os torcedores brasileiros entrem no clima com a venda de camisetas, adereços e bandeiras. Em alguns bairros do Rio, os moradores que seguem a tradição de enfeitar as ruas de verde e amarelo também se mobilizam, na expectativa pelo hexa do time de Tite e de superar o 7x1 de 2014.
Na Saara, as ornamentações com bandeirinhas foram penduradas pelas vias e produtos temáticos aparecem em muitas vitrines. Na loja Brasil Camiseta, mais de dez opções de blusa da Copa são vendidas a partir de R$ 10.
"Os estabelecimentos estão mais aparelhados do que em 2014. A expectativa é superar as vendas, porque depois da derrota as roupas encalharam. Temos opções para todos os bolsos, o povão está começando a comprar", afirmou Kamal Kaladun, proprietário da loja.
Torcedora fanática, a sergipana Adriana Bispo levou camisetas do Brasil para toda a família, composta por 12 irmãos e 48 sobrinhos. "É uma grande festa, fazemos pipoca, churrasco. Esse ano a taça tem que ser nossa para que possamos ter um país mais animado. Faz tempo que não vemos a galera sorrindo com uma vitória da seleção", destacou.
A estudante de direito Isabela Ventura, de 21 anos, vai pela primeira vez organizar com seu irmão a comemoração da rua Uruará, em Brás de Pina. "A rotina muda completamente na Copa, fica um otimismo entre os brasileiros. A gente reclama do país o ano todo, mas nessa época paramos para viver a festa e torcer".
Segundo a jovem, todas as famílias da rua participam com uma quantia e ajudam a colocar as bandeirinhas, pintar o chão e desenhar jogadores. "Os mais velhos estão passando o bastão, já são 25 anos que eles decoram. Fazemos até abadá com o nome da rua", contou.
Para o irmão, Lucas Ventura, 23, é uma oportunidade de reunir os vizinhos. "Por conta da violência, o hábito de ficar na rua tem se perdido, então fizemos questão de assumir a responsabilidade e continuar o legado da Copa. A ideia é começar o planejamento para no mês que vem comprarmos os adereços. Estou animado pro Brasil vencer", disse. "Merecemos depois do 7 a 1", completou Isabela.
A expectativa da conquista do hexa também é do comércio para alavancar as mercadorias. "A cada fase aumenta o número de clientes. As bandeiras e cornetas batem o recorde de venda", apontou Maria das Graças, gerente da loja Aidan da Rua da Alfândega.
Presidente da Associação de Rua do Alzirão, tradicional via da Tijuca que transmite a Copa, Ricardo Ferreira, lembra como começou a organização do evento, que hoje conta com a presença de 40 mil pessoas. "Com 15 anos, fui ver uma partida da seleção na casa de um amigo. Depois do gol, soltei um morteiro que acabou entrando na sala e a mãe dele nos expulsou. Busquei minha TV e fomos pra rua assistir. Depois foi só crescendo a turma".
A festa ainda está na fase de captação de patrocínio para ser confirmada neste ano. "A esperança é de concretizar o Alzirão, o pé do Neymar melhorar e o Brasil vencer", enfatizou o organizador Guilherme Teixeira.
*Estagiária sob supervisão de Cláudio Souza