No lugar do prédio será feito condomínio Minha Casa Minha Vida - Reprodução / Google Maps
No lugar do prédio será feito condomínio Minha Casa Minha VidaReprodução / Google Maps
Por O Dia

Rio - O prefeito do Rio, Marcello Crivella, lamentou o incêndio que atingiu um prédio ocupado por centenas de famílias, no Centro de São Paulo, e destacou que o incidente serve de alerta. Oficialmente, segundo o Corpo de Bombeiros paulista informou na tarde quarta-feira, o número de desaparecidos subiu de um para quatro. Crivella lembrou que, há duas semanas, a Prefeitura do Rio desocupou o antigo prédio do IBGE, na Mangueira, que estava abandonado desde 2002. 

"Aqui no Rio de Janeiro, há 15 dias, nós desocupamos o prédio do IBGE que há 25 anos estava sendo habitado por 210 famílias na região da Mangueira. Fizemos o cadastramento das pessoas, que foram para o aluguel social. Agora, no dia 13 de maio, nós vamos implodir o prédio, que dará lugar a um grande empreendimento do 'Minha Casa, Minha Vida'. É muito importante que a gente repare que há situações de iminente desgraça. Essas invasões são casos típicos. As estruturas tendem a ruir. Os ferros ficam expostos, vão se estragando, as vigas e colunas vão perdendo resistência e, de repente, há um desabamento iminente, vitimando crianças, homens e mulheres, em uma situação trágica", disse Crivella.

"O prédio do IBGE foi uma luta, foram várias idas a Brasília, foram vários acordos assinados para que a gente pudesse fazer o que fizemos e o que evitou que uma tragédia como aquela que ocorreu em São Paulo tivesse ocorrido aqui", completou Crivella.

Estrutura do prédio estava comprometida

De acordo com o subsecretário de Infraestrutura da Prefeitura do Rio, Sebastião Bruno, o prédio do IBGE corria risco de incêndio e de desabamento por ruína. As pessoas que habitavam o local subdividiram os espaços e improvisaram moradia em área que não era residencial onde foram removidas vigas, paredes e até colunas para adaptar cômodos. Ainda segundo a secretaria, não havia ligação de luz e de água formal.

O fornecimento de energia nos andares se dava por meio de ligações clandestinas - os chamados "gatos" - feitas da rua, o que gerava risco de curto circuito e incêndio. A água era coletada de canos da Cedae do solo por meio de mangueiras, latas e baldes. Havia também um chuveiro público onde os ocupantes do imóvel tomavam banho em uma área coletiva compartilhada no primeiro andar.

 

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