Carro foi atingido por mais de 100 tiros na chacina de Costa Barros - Arquivo O DIA
Carro foi atingido por mais de 100 tiros na chacina de Costa BarrosArquivo O DIA
Por O Dia

Rio - Os quatro policiais militares acusados da chacina de Costa Barros, em novembro de 2015, que terminou na morte de cinco jovens, foram denunciados por mais um crime pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). A denúncia de associação criminosa, do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), foi feita junto à Auditoria Militar, nesta quarta-feira. Os PMs Antonio Carlos Gonçalves Filho, Fabio Pizza Oliveira da Silva, Thiago Resende Viana Barbosa e Marcio Darcy Alves dos Santos já respondem na Justiça por homicídio, tentativa de homicídio e fraude processual. Por estes crimes, eles devem ser julgados ainda este ano.

A nova denúncia por associação criminosa está prevista no artigo 150 do Código Penal Militar — Reunião de dois ou mais militares, com armamento ou material bélico, de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública. 

O crime contra Wilton Esteves Domingos Júnior, 20 anos, Roberto de Souza Penha, 16 anos, Carlos Eduardo da Silva de Sousa, 16 anos, Wesley Castro Rodrigues, 25 anos, e Cleiton Correa de Souza, 18 anos, aconteceu no dia 28 de novembro de 2015, na Favela da Lagartixa.

Com base em provas periciais contidas na denúncia do Ministério Público, os policiais acusados dispararam 111 vezes contras as vítimas com pistolas e fuzis, armamentos da PM. Os tiros atingiram o Fiat Palio onde se encontravam as cinco vítimas fatais e uma moto em que estavam Wilkerson Luis de Oliveira Esteves e Lourival Júnior, que sobreviveram. Cerca de oito meses depois, Wilkerson acabou morrendo de aneurisma cerebral, levando com ele o trauma de sobreviver ao ataque que matou o irmão e amigos.

Após as mortes, segundo a denúncia, os policiais tentaram alterar o local do crime colocando um revólver calibre 38 nas mãos de uma das vítimas e um simulacro de arma próximo à roda dianteira do veículo. Pelo novo crime denunciado, de associação criminosa, a pena prevista é de 4 a 8 anos de prisão.

Os jovens haviam passado o dia inteiro no Parque de Madureira, na Zona Norte da cidade, comemorando o primeiro salário de Roberto. Após chegarem em casa, decidiram sair novamente para fazer um lanche. No trajeto tiveram o carro em que estavam metralhado pelos PMs.

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