Em vídeo de agosto de 2017, Marielle repreende Marcelo Siciliano: 'Minha palavra é de mulher, mas vale' - Reprodução vídeo / Divulgação
Em vídeo de agosto de 2017, Marielle repreende Marcelo Siciliano: 'Minha palavra é de mulher, mas vale'Reprodução vídeo / Divulgação
Por O Dia

Rio - Em um vídeo de 18 de agosto do ano passado, a vereadora Marielle Franco, executada por criminosos em março deste ano, repreende Marcello Siciliano, apontado por testemunha como um dos mandantes do crime contra ela, que também causou a morte do motorista Anderson. "Minha palavra é de mulher, mas vale", disse. 

No registro, postado pela parlamentar em suas redes sociais, ela diz que sua palavra também tem valor no debate. "A minha palavra é palavra de mulher, mas vale. Não é só palavra de homem que vale, não", criticou.

No texto da postagem, ela brinca com uma montagem no vídeo em que óculos são colocados nela ao responder ao vereador. "Sextou com óclinhos! Em pleno 2017, tem gente na Câmara Municipal que ainda acha que palavra de homem é a que vale e gente que faz piada com lésbicas! PEGA A VISÃO!", escreveu.

No vídeo, Marielle também repreende outros parlamentares. "(A minha palavra) Vale mais do que de meia dúzia aqui que desce fazendo gracinha no elevador para a assessoria com relação às questões do PL (projeto de lei) da visibilidade lésbica. Então, estou dispondo os microfones, claro que com a anuência da presidência, para que cada um se inscreva para falar no microfone. Nem fazer piada no elevador e muito menos achar que a palavra de homem é só a que vai valer aqui, porque palavra de mulher vai valer também", concluiu.

Vereador e chefe de milícia tramaram morte, diz testemunha 

Uma testemunha revelou à polícia que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o chefe de milícia de Curicica, Orlando Oliveira de Araújo, tramaram a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes. Os dois foram mortos em março, no Estácio, Região Central do Rio. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo O DIA.

 

Em quatro depoimentos — um feito à Polícia Federal, dois ao Exército, e outro à Delegacia de Homicídios (DH) — a testemunha disse ter presenciado quatro conversas entre Siciliano e Orlando, conhecido como Orlando de Curicica, desde junho do ano passado. Quatro meses depois, Orlando foi preso, mas mesmo de dentro de Bangu 9 continuou a mandar na milícia. Em uma das conversas, a testemunha disse que Siciliano encontrou Orlando, que já estava foragido, e xingou Marielle, associando seu nome ao do deputado estadual Marcelo Freixo. Na ocasião, disse: "precisamos resolver isso logo".ociando seu nome ao do deputado estadual Marcelo Freixo. Na ocasião, disse: "precisamos resolver isso logo". 

 
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