Segundo a Draco, boxes são vendidos irregularmente por até R$ 30 mil - Divulgação
Segundo a Draco, boxes são vendidos irregularmente por até R$ 30 milDivulgação
Por O Dia

Rio - Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco/IE), com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Segurança, realizam na manhã desta terça-feira uma operação no Centro Comercial da Uruguaiana (CCU), no Centro do Rio, para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra um grupo que comete várias irregularidades na administração do Camelódromo da Uruguaiana, como também é conhecido. Quatro pessoas foram presas, entre elas o presidente do CCU, João Lopes do Nascimento, e o vice Antonio Carlos Ramos Peixoto.

Os outros presos são um conselheiro do Centro Comercial, identificado como Josinaldo Pereira dos Santos, e Junior Barbosa Ricardo. Está foragido o chefe da segurança do local, Sidney Nascimento dos Santos, conhecido como Grande.

Segundo as investigações, o grupo estaria cometendo uma série de irregularidades na administração do camelódromo: o presidente, o vice-presidente, o chefe da segurança e outros dois integrantes são suspeitos de associação criminosa, falsidade ideológica, extorsão a um proprietário de boxes, venda de boxes por permissionários e a prática de outras atividades ilegais como a venda e locação de espaços públicos.

A investigação começou após o comparecimento à Draco do proprietário de alguns boxes, que passou a sofrer extorsões por parte do grupo, sendo exigido que ele pagasse a quantia de R$ 5 mil por box para que os mesmos permanecessem abertos. Os criminosos, para pressionar o comerciante, lacraram as unidades e exigiram o pagamento para que fosse autorizada a reabertura dos boxes.

Também foi apurado que os boxes são vendidos de forma irregular por valores em torno de R$ 30 mil com conhecimento e anuência da administração do CCU, vendas essas não autorizadas, uma vez que os usuários dos boxes do centro comercial são na verdade permissionários, ou seja, possuem "permissão de uso" pela Prefeitura, sendo, portanto, proibida sua comercialização.

Foi constatada a cobrança compulsória de taxas aos permissionários dos boxes, referentes à segurança, limpeza do local e consumo de energia elétrica. As investigações continuam com o objetivo de identificar outros integrantes da associação criminosa e as vítimas. Os mandados foram expedidos pela 36ª Vara Criminal da Capital contra integrantes da administração do centro comercial, também.

Ação da prefeitura demoliu boxes irregulares

Em 19 de abril deste ano, a Prefeitura do Rio realizou uma ação no camelódromo e demoliu diversos boxes construídos de forma irregular, cuja autorização para funcionamento era fornecida pela administração da CCU.

A referida ação da prefeitura aconteceu três dias após o encaminhamento de um ofício da Draco com solicitação de cópia da planta do Mercado Popular da Uruguaiana, contendo seus limites e o nome de todos os permissionários cadastrados para utilizarem o espaço dos boxes lá existentes. 

'Minishopping da milícia'

Na operação desta terça-feira, os agentes ainda verificam denúncias da existência de uma milícia instalada no local. Na última sexta-feira, policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) fecharam um "minishopping" controlado pela milícia no Camelódromo da Uruguaiana. Cerca de três toneladas de produtos falsificados, de marcas de grife, foram apreendidas. 

Segundo as investigações, a RJ Multimarcas, como o negócio está cadastrado, funcionava como ponto de abastecimento para os camelôs e eles eram obrigados pelos milicianos a comprarem no local.

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